Relógio do Juízo Final chega bem próximo da meia noite com pressões mundiais

“O relógio do juízo final é um termômetro da insânia humana.” (Antônio Luiz da Costa, educador)
Os ponteiros do Relógio do Juízo Final chegaram, agora em janeiro de 2025, ao ponto mais próximo das badaladas fatídicas do que jamais estiveram, desde que instituído este dispositivo simbólico que avalia o grau das dramáticas pressões mundiais. Superando a marca de janeiro de 2023, até então a mais elevada já registrada, o amedrontante indicador foi atualizado para 89 segundos antes da meia noite.
A atualização do relógio acontece por meio do “Bulletin of the AtomicScientists”, elaborado por um grupo categorizado de cientistas nucleares. Os fatores levados em conta no processo periódico de atualização, que representa um termômetro da conjuntura política, social e econômica, são prioritariamente as ameaças de guerra, mudanças climáticas, armas nucleares, uso indevido das conquistas científicas biológicas e, como elemento mais recente, a inteligência artificial. Há dois anos, janeiro de 23, a atualização procedida foi de 90 segundos para a meia noite. Em 2020, o mostrador do relógio acusava 100 segundos. A pandemia do coronavírus e a intensificação das agressões ambientais influíram muitíssimo para se atingir esse indesejável patamar.
As avaliações científicas, atinentes aos sinais de risco de janeiro de 2025, não mencionam o fato. Mas não fica nada difícil inferir que a movimentação dos ponteiros do relógio, a ponto mais elevado, a partir do início da série de análises, tem muito a ver com as espalhafatosas decisões tomadas pelo governo dos Estados Unidos na gestão Donald Trump. Torcer para que a mexida do ponteiro pare por aí…
A propósito, faz-se oportuno sublinhar o seguinte: depois de adotar medidas contrárias ao “Acordo de Paris” e à Organização Mundial de Saúde (OMS), além de outras instituições internacionais com atuação em áreas de interesse humano, o presidente Donald Trump resolveu também aplicar sanções ao Tribunal Penal Internacional. A corte em questão, universalmente reconhecida, atua em casos de crimes contra a humanidade. Já proferiu sentenças de condenação a muita gente. Penalizou, entre outros, Benjamin Netanyahu, Wladimir Putin, chefes do Hamas. Quatro países recusam-se a acatar seus veredictos: Estados Unidos, China, Rússia e Israel.
Seja recordado que o chefe do governo russo deixou de participar, meses atrás, de um encontro no Brasil pelas circunstâncias de que em nosso território correria risco de detenção, devido à ordem de prisão expedida pelo Tribunal. O premier de Israel está sujeito a confrontar idêntico dissabor, caso se desloque para qualquer país signatário do tratado que instituiu aquele organismo judicial. Ressalte-se, ainda, que o Tribunal Penal Internacional surgiu no final da guerra como consequência de uma articulação de proeminente juristas sob a liderança estadunidense.
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