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Saiba quais são os desafios cruciais da construção

O Brasil terá que saber utilizar, numa empreitada de não curta duração, o melhor de sua vontade política, de seu engenho técnico, de sua capacidade administrativa em prol da recuperação do Rio Grande do Sul
Saiba quais são os desafios cruciais da construção
Crédito: Lauro Alves/ Secom

“Cuidar do meio ambiente é zelar pelo ambiente inteiro” (Antonio Luiz da Costa, educador)

E agora? O que fazer quando as cheias cederem, as águas baixarem, o nível dos rios cair, os temporais e desabamentos cessarem, a caudal impetuosa que manteve cidades inteiras submersas finalmente desaguar no mar? O que fazer quando os moradores retornarem aos seus lares e se depararem com os rastros de destruição deixados pelas tormentas? Como definir, em meio ao turbilhão de problemas, as prioridades a serem atacadas no descomunal esforço de reparações exigidas pela hecatombe climática?

Quando a apavorante amostra diluviana se desfizer e a gigantesca operação de reconstrução puder ser desencadeada, o Brasil terá que saber utilizar, numa empreitada de não curta duração, o melhor de sua vontade política, de seu engenho técnico, de sua capacidade administrativa a fim de que sejam alcançados em plenitude os resultados ardentemente almejados. Vai ser preciso multiplicar o trabalho, bem executado e muito bem acolhido pela opinião pública, dos terríveis momentos emergenciais. Em tais momentos as atenções estiveram predominantemente focadas, como é óbvio imaginar no resgate de pessoas, na assistência social ampla aos desabrigados. O “cenário de guerra” em que se transformou parte da província gaucha, inspirou ações providenciais dos Poderes Públicos (governos e Congresso), envolvendo medidas bastante satisfatórias no ponto de vista do respeitável interesse comunitário. Na tarefa hercúlea à nossa frente, face ao maior desastre ecológico ocorrido no País, impõe-se que a eficiência caminhe de mãos dadas com a urgência. A coordenação geral dos trabalhos terá que se estribar num planejamento muito consciencioso, meticuloso capaz de garantir sustentação a um ritmo febricitante de obras. As novas edificações, a eventual mudança de lugar de residências e até mesmo de cidades, como se está prevendo, os planos de contingência e de adaptação terão que compreender projetos irrepreensivelmente elaborados. O mesmo há que se dizer dos possíveis novos traçados rodoviários.

A chama da fé, esperança, espírito de resiliência e estoicismo demonstrados até aqui pelos compatriotas do Sul, confortados na magnífica solidariedade do povo brasileiro, das instituições públicas e privadas, carece ser mantida na complexa batalha que se avizinha de soerguimento das estruturas devastadas. Faz-se imperiosa a observância, nas numerosas frentes do trabalho a ser executado, de rigoroso critério orçamentário, bem como impecável consistência técnica, como medida preventiva para o caso de eventuais fenômenos climáticos indesejáveis. Está claro que as obras de engenharia, os maquinários, as plantações, os rebanhos compõem um todo muitíssimo precioso no processo da reconstrução. Mas o que não pode deixar de ser levado em conta, privilegiadamente, é o ser humano. Ele terá que ser colocado no centro de convergência das decisões. Nada poderá ser feito sem a preocupação, em primeiríssimo lugar, com seu bem-estar.

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Quanto ao mais, a situação reclama competência e presteza. O Rio Grande do Sul tem pressa, muita pressa. O Brasil também.

Nem bem foram ainda contabilizados os estragos provocados pelo “El Niño” e já podem ser vislumbrados nos horizontes os sinais amedrontadores da “La Niña”. Segundo explicam os especialistas em questões climáticas, trata-se de uma nova onda de intempéries potencialmente prejudicial às regiões atingidas. Que os bons ventos a afastem de nossa direção!

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