Samarco 48 anos: uma jornada de reconstrução e compromisso

Durante a paralisação das operações, revisitamos processos, estruturas e valores. A transformação foi técnica, organizacional e humana. Além de produzir pelotas de minério de ferro, insumo essencial para a indústria global, temos o dever de gerar valor à sociedade e garantir a reparação definitiva. Foi neste contexto que definimos nossa estratégia.
Para voltar a operar em 2020, estabelecemos quatro condições básicas: um processo produtivo sem utilização de barragens de rejeitos e a eliminação destas estruturas por meio da descaracterização; a retomada gradual, que nos permitisse investir em soluções de rejeitos e estéreis de forma sustentável e segura; e a contribuição efetiva não apenas para reparar os danos do rompimento, mas também para recuperar empregos, renda e arrecadação.
Assim, retomamos as atividades somente após a implantação do sistema de filtragem e empilhamento a seco, eliminando a necessidade de barragens de rejeitos. Recomeçamos com 26% da capacidade e hoje operamos com 60%, prevendo alcançar 100% até 2028, com investimento estimado em R$ 13 bilhões. Desde então, crescemos de menos de 3 mil para mais de 15 mil trabalhadores, priorizando a força de trabalho local, o desenvolvimento regional e a inclusão de mulheres na mineração — marca de nossa retomada e de nossos compromissos.
Avançamos na descaracterização de estruturas com função de barragem. Concluímos a Cava do Germano e temos 92% das obras finalizadas na barragem de Germano, utilizando mais de 3 milhões de toneladas de rejeito do próprio processo, em um exemplo de economia circular que reduz consumo de insumos e amplia a vida útil das pilhas. Seguimos investindo em pesquisas para ampliar o reaproveitamento de materiais.
Com foco na descarbonização e na circularidade, reaproveitamos resíduos, desenvolvemos novos produtos e coprodutos. Utilizamos 100% de energia renovável e testamos o uso de bio-óleo em nossos fornos, reforçando o compromisso com a redução de emissões.
Nossa transformação também se reflete no relacionamento com os territórios. Contribuímos para o desenvolvimento local com obras de saneamento, incentivo ao turismo, apoio ao empreendedorismo e programas de qualificação. Em 2025, ofertamos mais de 700 vagas de capacitação, preparando jovens e adultos para oportunidades na Samarco e em outras empresas.
Essas ações se somam à reparação dos impactos. Em novembro de 2024, foi homologado o Acordo Bacia do Rio Doce, firmado com governos e órgãos de Justiça, prevendo o encerramento da Fundação Renova (em liquidação) e a condução direta das ações pela Samarco para concluir as indenizações individuais, os reassentamentos e parte das ações ambientais. Nos primeiros meses, repassamos R$ 10 bilhões ao poder público, concluímos 100% dos imóveis e equipamentos públicos dos reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu e pagamos mais de R$ 9,6 bilhões em indenizações e auxílios, totalizando 188,8 mil acordos.
Nunca esqueceremos o rompimento em novembro de 2015 e estamos conscientes de nossa responsabilidade com o futuro. O tempo não apaga o passado, mas permite reconciliar e construir novos caminhos.
A Samarco nasceu em Minas Gerais e no Espírito Santo como um projeto inovador e, ao longo de 48 anos, construiu conquistas, enfrentou adversidades e superou seus maiores desafios. Hoje, vive uma nova fase de reconstrução, guiada pela certeza de que é possível fazer diferente e melhor. Unimos técnica, responsabilidade e compromisso para transformar desafios em oportunidades e deixar como legado um futuro mais seguro, sustentável e inclusivo.
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