Série ‘Os Outros’ discute a importância da transparência na gestão condominial e do diálogo entre vizinhos

Brigas, disputas por espaços em áreas comuns, como quadra e piscina, insegurança, problemas com estacionamento, violência doméstica, danos a bens de terceiros, falta de transparência na contratação de fornecedores, aumento de taxas condominiais… Esses são alguns dos dilemas da série “Os Outros”, que estreou sua segunda temporada, no streaming. A trama, escrita e criada por Lucas Paraizo, mostra como a falta de comunicação entre vizinhos e de uma boa gestão condominial podem refletir no dia a dia de todos os moradores.
Nesta temporada, a história se passa em um condomínio de luxo, situado no mesmo bairro onde ocorreu a trama da primeira temporada, mas com novos personagens vividos por Letícia Colin e Luis Lobianco, enquanto outros atores permanecem, como Adriana Esteves, Eduardo Sterblitch e Antonio Haddad.
A mudança no ambiente ressalta a sensação de que, apesar de nossa posição social, continuamos separados e dominados pelo medo, enfrentando emoções e comportamentos que estão além do nosso controle.

Série ‘Os Outros’ traz olhar para relacionamento entre vizinhos
Na primeira temporada, a história se desenvolve após uma briga entre dois adolescentes: Marcinho (Antonio Haddad) é vítima de bullying constante de Rogério (Paulo Mendes) e sofre uma agressão durante uma partida de futebol. A situação escala para vários momentos de intolerância, brigas e violência entre os familiares dos vizinhos.
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Parecem situações extremas, mas o motivo do sucesso da série, além das performances cativantes dos atores e enredo tão bem amarrado, é que está muito próxima do dia a dia que muitos vivem. Vendo o seriado e trabalhando com tecnologia na área de gestão condominial na uCondo há muitos anos, acredito que, por mais que se tente evitar, não há como fugir da convivência com os demais e, sempre, poderá haver conflitos e discussões.
Ao se tratar de um condomínio, é importante tomar medidas para evitar essas situações, com comunicação clara, e síndicos capazes de mediar problemas entre as partes, sem afetar a comunidade que ali vive.
O síndico, seja ele amador, profissional ou até como intermédio de administradoras, acaba indo além das taxas extras condominiais, manutenção e limpeza do espaço. Eles também são responsáveis pela manutenção da harmonia, respeito e boa convivência entre os condôminos. Na primeira temporada da série, este papel coube à Dona Lúcia, vivida pela atriz Drica Moraes, que dá um show no personagem, mas está sempre ausente dos conflitos e o resultado é a instauração do caos.

Tecnologia pode ser aliada da gestão condominial
Para lidar com este tipo de situação, o síndico possui importantes aliados: o regimento interno e a tecnologia, representada principalmente por aplicativos de gestão condominial, como a uCondo. Nesta última, já vimos como a comunicação centralizada e transparente, com informativos na palma da mão, assim como as reclamações dirigidas, se mostram facilitadores e evitam esses pequenos atritos entre os moradores.
Outro problema trazido pela série é a suspeita de sinais de corrupção envolvendo a má gestão do síndico, como contratos de fornecedores superfaturados, excesso de taxas extras e a falta de transparência na apresentação das contas. Conforme o artigo 1.348 do Código Civil, a prestação de contas de um condomínio deve ser realizada pelo síndico ou pelo responsável pela administração do condomínio uma vez ao ano, ou sempre que for exigida.
Sendo assim, o gestor precisa estar sempre preparado para prestar contas aos condôminos, de acordo com o que for determinado pela convenção condominial ou pelo regimento interno. Cabe aos moradores serem participativos nesta gestão, com acesso claro e compreensível a todas as informações administrativas e financeiras, o que a tecnologia também contribui consideravelmente, já que tudo é automatizado e transparente para todos.
“Os Outros” nos leva a refletir sobre a importância da comunicação e da gestão eficaz em um condomínio. A série destaca não apenas os problemas comuns enfrentados, mas também a necessidade de profissionalismo por parte do síndico, a transparência na gestão financeira e a aplicação do regimento interno. É um lembrete vívido de que, para uma convivência saudável e pacífica, a colaboração de todos é essencial, não apenas dos outros. Não é apenas uma série, mas uma lição sobre como a boa gestão pode transformar a vida em condomínio.
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