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Desastres como a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul seriam o ‘novo normal’?

Estado gaúcho vive verdadeiro cenário de guerra, com milhões de pessoas foram atingidas nos centros urbanos e zona rural
Desastres como a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul seriam o ‘novo normal’?
Crédito: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

“Há séculos a Natureza vem sendo transformada em dinheiro. Chegou a hora de o dinheiro restaurar a Natureza.” (Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente).

Os tempos das calamidades climáticas constantes são chegados. O que não tem faltado é anúncio prévio acerca da desassossegante possibilidade. A Natureza tem dado recados abundantes. A ciência não para de alertar sobre o que está por acontecer e já está, até mesmo, acontecendo.

A tragédia humanitária que se abateu sobre a Província do Rio Grande do Sul é amostra impactante do “novo normal climático”. No curto espaço de sete meses, os pampas gaúchos foram impiedosamente alvejados. No verdadeiro cenário de guerra que se instalou em quase todas as cidades e zona rural, milhões de pessoas foram atingidas. As tempestades trouxeram inundações, deixando cidades inteiras submersas e isoladas por causa da destruição de estradas e pontes. Propriedades e lavouras foram arrasadas. O sistema de serviços essenciais ficou seriamente comprometido. Centenas de preciosas vidas foram perdidas. O numero de desabrigados alcançou cifras elevadíssimas. Uma calamidade jamais registrada naquelas paragens.

Encarar catástrofes desse gênero com desdém e indiferença, pior ainda, com mórbido negacionismo significa fuga irracional da realidade. O negacionismo insolente é filho dileto do fanatismo ideológico. Fomenta teorias conspiratórias que desservem a causa da evolução humana.

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São múltiplos e muitas vezes imprevisíveis os desafios a serem enfrentados, daqui pra frente, pela sociedade nessa fase tormentosa de convulsão dos elementos naturais, provocadas pela insensatez e ganância dos povoadores deste belo e mal tratado planeta. Antes de nos ocuparmos de alguns aspectos relevantes da ameaçadora situação vivida pelo mundo contemporâneo, em função do aquecimento global, cumpre ressaltar um lance altamente significativo, rico em humanismo, observado em meio à volumosa carga desditosa da brusca alteração ambiental. O Brasil solidário acha-se muito bem representado nos dolorosos acontecimentos. Os Poderes públicos nas esferas federal e estaduais, Forças Armadas e policiais, bombeiros, órgãos de prestação de serviços comunitários, voluntários, gente do povo, movidos pelo saudável propósito da ajuda incondicional, estão proporcionando estupenda demonstração dos frutos positivos que podem ser colhidos de uma poderosa conjugação de vontades focadas no bem comum. Coisas assim fazem renascer a esperança em momentos melhores. Amenizam o sofrimento e a dor das vítimas.

É preciso atentar para os sinais. Deu para perceber, nos dias que antecederam a tragédia no Sul, que a informação básica de que um fenômeno climático se avizinhava chegou ao conhecimento do público em tempo razoável. Zelar para o aprimoramento deste esquema é fundamental. A criação de estratégias de prevenção que contemplem obras vitais nas chamadas áreas de risco é outra medida a ser adotada. O fortalecimento da Defesa Civil com recursos topológicos avançados e contínuo treinamento de seus integrantes para prevenir e acudir as emergências nos desastres naturais também faz parte do conjunto de providências a serem implemetadas.

Atentar para os sinais é preciso. O indigesto “cardápio” dos cataclismos nascidos do adelgaçamento da camada de ozônio que circunda o globo terrestre abrange inesperados furacões, erupções vulcânicas, terremotos, secas climáticas, tsunamis e mais um colosso de coisas assustadoras. As lideranças mundiais não podem declinar do dever imperioso de definir ações inteligentes e vigorosas em defesa da coletividade. Pode estar em jogo, nessa história do aquecimento global destes nossos tempos confusos, a própria sobrevivência da espécie humana.

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