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Trump sob os holofotes

Ocupante da Casa Branca vem sofrendo sucessivos reveses nos confrontos criados em diferentes setores da vida estadunidense
Trump sob os holofotes
Foto: Brian Snyder / Reuters

“Eu sei o quanto Trump é sujo” (Frase atribuída ao magnata Jeffrey Epstein)

Voltamos a falar dele. Trump, como exuberantemente evidenciado no noticiário nosso de cada dia, persegue obstinadamente os holofotes da mídia. “Falem de mim qualquer coisa, mas não deixem de falar”: é o que pede sempre, por meio de gestos e palavras espalhafatosos que ganham forte ressonância, equivalente às funções que exerce e a importância da nação que representa.

Os desatinos a granel praticados continuam rendendo reações ruidosas no plano doméstico. O ocupante da Casa Branca vem sofrendo sucessivos reveses nos confrontos criados em diferentes setores da vida estadunidense. Seus adversários acabam de impor-lhe contundentes derrotas nas eleições para prefeitos e governadores de estados e cidades importantes. No caso de maior notoriedade, o democrata Zohran Mamdani, nascido em Uganda, filho de indianos, muçulmano, crítico severo dos posicionamentos do presidente, conquistou de goleada, como se costuma dizer, a Prefeitura de Nova York, maior metrópole dos EUA. O segundo lugar na disputa ficou com um dissidente democrata. Os dois obtiveram 91% da votação, enquanto o candidato republicano atingiu tão somente 5% dos sufrágios. Releva registrar que o novo prefeito dos nova-iorquinos, virulentamente atacado nas redes sociais por Donald, defendeu teses abertamente contrárias ao que prega o dirigente republicano no que concerne às políticas de imigração, meio ambiente, direitos civis, assim por diante…

Em sua campanha, Trump comprometeu-se a tornar públicos os arquivos sigilosos relativos ao escândalo sexual protagonizado pelo magnata Jeffrey Epstein. Eleito, chutou o compromisso pra escanteio. Mas a imprensa norte-americana não se esqueceu do assunto. A cobrança persistente pela divulgação vem produzindo situações desconfortáveis para o republicano. Vazamentos inesperados colocam-no na mira dos adversários. Entre os documentos trazidos a lume, supostamente pertencentes ao dossiê mantido em segredo, figuram revelações que o incriminam, repelidas como falsa e difamatória por porta-voz do governo. O assunto tende a alongar-se por bom tempo ainda.

A propósito, o Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos divulgou, dias atrás, relatório referente ao caso Jeffrey Epstein, criminoso sexual condenado, cuja morte por aparente suicídio na prisão deu origem a investigações envolvendo pessoas influentes com quais mantinha relações. As informações veiculadas sustentam que Trump sabia de toda escabrosa história dos delitos cometidos pelo magnata, que privava de sua amizade. O relatório registra que Jeffrey Epstein, em memorando enviado a conselheiro da Casa Branca, no governo Obama, afirmou saber “o quanto Donald é sujo”.
Anote-se, por último, que o irmão do rei da Inglaterra, príncipe Andrew, envolvido no escândalo Jeffrey, foi destituído de suas funções na realeza britânica.

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