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Turistas indesejados na Europa podem ser oportunidade para aquecer o setor no Brasil

Cidades europeias que mais atraem turistas estão se revoltando e protestando contra o “turismo de massa”
Turistas indesejados na Europa podem ser oportunidade para aquecer o setor no Brasil
Crédito: Reprodução Pexels

Moradores de cidades europeias que mais atraem turistas estão se revoltando e protestando contra o excesso de visitantes, do “turismo de massa”.  Apontam diversos problemas: concorrência para acessar imóveis com consequente aumento no preço de venda e nos alugueres, alterações drásticas no comércio para que ele atenda turistas e não moradores, no uso de transportes, poluição sonora, excesso de detritos, concorrência aumento de preços e alteração de cardápios em restaurantes, na visita a museus e eventos culturais, acesso a prontos-socorros e tantos outros serviços e necessidades da vida diária. Não por outro motivo, há um êxodo impressionante dos moradores para fora dessas cidades em época de férias, especialmente onde a vida comunitária deixou de existir, pois os turistas dominam tudo no bairro.

Mal ou bem esses turistas deixam no continente europeu bilhões de euros. Cerca de 10% do PIB do continente e 12 milhões de empregos são resultados do turismo. Essa fortuna irriga as economias das cidades e dos países, contribuem para o equilíbrio fiscal, na construção de obras, em benefícios diversos para todos os cidadãos, melhorando a qualidade de vida (dos milhões de não incomodados). Muito países da Europa ainda estão firmes entre os dez maiores PIBs do planeta e o turismo tem contribuído muito para esse resultado. 

Os moradores que não se beneficia diretamente do turismo têm direito de se revoltar e exigir mudanças. Em algumas cidades serão atendidos a curto prazo, haverá medidas para restrição ao turismo de massa com exigências de maiores taxas e o fim dos apartamentos de aluguel para turistas. Será bem-vindo apenas o “turismo de qualidade” e talvez não mexam no turismo de saúde, de futebol, ecológico, cultural e de alguns outros nichos.

Ao invés de lamentarmos isso, podemos aproveitar esses movimentos como oportunidade de atrairmos os indesejados na Europa para nosso País, onde isso significará muito dinheiro. Temos um imenso território, muitas atrações naturais, culturais, cidades dinâmicas e com excelente gastronomia, vida noturna e hotelaria (tudo pronto para atender turistas, não precisa de investimento). Dentro de nossas limitações, devemos captar fatia de turistas que podem deixar de visitar a Europa.

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Turistas escolhem destinos onde serão bem acolhidos, terão segurança, informações, limpeza, facilidade em transportar-se de um lado para outro. Quanto à cordialidade, nosso povo, a maioria pelo menos (nos últimos anos, infelizmente, proliferam diversos tipos de violência, em faixas de baixa e alta renda), tem essa qualidade como natural, podemos fazer um pouco mais com um trabalho de educação. Já com relação à segurança, e demais itens referidos, estes são problemas a serem cuidados com planejamento e vontade política. Nada impede, porém, a procura de soluções a curto prazo e especialmente iniciar a criação de cultura que mostre o turista como uma pessoa que beneficia a todos os brasileiros com sua visita, que cria empregos e gera renda, que nos visita porque gosta de nosso País, que deve ser respeitado como se fosse um craque de futebol.

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