Usinas de energia eólica/solar: o Brasil está preparado para isso?

Tidas como a solução para os problemas de energia renovável no Brasil e ser uma alternativa oportuna de fonte energia limpa, as novas usinas eólicas e solares que estão entrando em operação no Brasil estão apresentando dificuldades para startar seus projetos. Há a justificativa que elas poderiam estar sobrecarregando a rede elétrica, porém ainda não há informações até este momento em que medida esses informes são absolutamente concretos e seguros, e até se não haveria outras causas que não foram esclarecidas.
Uma perspectiva importante é saber por que essa dúvida surgiu só depois que foi feito o edital, leilão, e a licitação do projeto, e principalmente o vencedor do processo licitatório tenha implementado sua fazenda eólica ou solar, e somente depois saber que não teria condições plenas de começar a gerar energia como previsto. A evolução desse quadro não deveria ter sido de forma desordenada e incoerente.
É uma situação lamentável e pouco profissional que prejudica aqueles investidores que fizeram um enorme aporte no negócio da geração de energia limpa e agora são penalizados, ao ficarem impossibilitados de ter o retorno sobre investimento no momento exato em que começariam a faturar. Esse ambiente desfavorável desequilibra a operação dos negócios, atrapalha a cadeia de suprimentos e o estado de ânimo da força de trabalho.
Segundo informou a agência de notícias Reuters, em regiões como o Nordeste, a capacidade de transmissão hoje é insuficiente para escoar toda a energia gerada, levando à prática de ‘curtailment’ (redução ou interrupção forçada da geração de energia), em que parte da produção é descartada. Essa limitação, em 2024, resultou em perdas estimadas de R$ 700 milhões para o setor eólico e R$ 50 milhões para o setor solar.
Economicamente, hoje, temos uma oportunidade ímpar de crescer, mas a dúvida é saber qual o nível de desenvolvimento do País será necessário para comportar a expansão e o investimento em energias alternativas. O poder público parece estar imóvel neste momento e talvez, por isso mesmo, a demanda do setor, especialmente no caso para fornecedores de dispositivos e componentes de fazendas de energia limpa não tenham crescido como o esperado nos últimos anos.
O emprego de usinas de energia eólica e solar no Brasil efetivamente é promissor, tem um grande potencial em vários segmentos, além da previsão de crescimento expressivo e de mais investimentos daqui para frente. Contudo, persistem desafios significativos ligados à infraestrutura, regulação, oscilações e desenvolvimento da cadeia produtiva que precisam ser superados.
Só assumiremos uma posição de liderança em energia limpa se tomarmos certos cuidados e decidir criteriosamente. A realidade é que as ações preliminares para o uso de usinas de energia eólica e solar neste País ainda são um assunto intrincado, com progressos expressivos, mas diante de vários obstáculos a serem vencidos.
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