Videomonitoramento e segurança pública: oportunidade para políticas mais inteligentes
O videomonitoramento deixou de ser uma solução restrita a empresas e grandes complexos para assumir papel crescente na segurança pública. Hoje, sistemas mais inteligentes permitem acompanhar o espaço urbano em tempo real, identificar padrões de risco e subsidiar decisões estratégicas. Segundo estudo do CESeC – Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, 47,6 milhões de brasileiros, cerca de um quinto da população, já estão, potencialmente, sob vigilância por câmeras com reconhecimento facial. O dado impressiona, mas também mostra que a discussão vai além do entusiasmo tecnológico.
A evolução dos sistemas transformou as câmeras em ferramentas analíticas. Elas já não servem apenas para registrar imagens, mas para detectar movimentos suspeitos, apontar falhas de infraestrutura urbana, apoiar operações policiais e, ainda, melhorar processos de mobilidade. Enquanto no setor privado o uso é consolidado, nas cidades o caminho ainda está em construção.
Quando uma câmera identifica padrões de assaltos numa mesma via ou sinaliza áreas com iluminação insuficiente, essa inteligência orienta ações imediatas: reforço de patrulhamento, revisão de projetos de iluminação, ajuste de fluxo viário. Ao integrar segurança e mobilidade, o resultado tende a ser um ambiente urbano mais funcional e maior agilidade na resposta a incidentes.
Mas o avanço tecnológico, por si só, não garante eficiência. Um dos maiores desafios está na qualificação das equipes responsáveis por interpretar dados e transformar alertas em ações concretas. Sistemas robustos exigem profissionais preparados e integração entre áreas técnicas, operacionais e de segurança.
O videomonitoramento representa uma oportunidade para que municípios adotem políticas mais inteligentes e preventivas. Porém, para que essa transformação seja real, é indispensável combinar tecnologia, regulação adequada, planejamento e formação continuada. Só assim as câmeras deixam de ser apenas olhos eletrônicos espalhados pela cidade para se tornarem instrumentos efetivos de proteção à população e de gestão estratégica do espaço urbano.
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