Opinião

As entrevistas de Ciro e Lula

As entrevistas de Ciro e Lula
Crédito: Adriano Machado/Reuters

“Lula acena a eleitor moderado… ” (o Globo)

Na terça feira, 24 de agosto, o JN, da Globo, entrevistou Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da Republica. Nos 40 minutos de duração da entrevista o “presidenciável” deixou evidenciados, outra vez mais, seus predicados de fluência verbal, agilidade de raciocínio e conhecimento de causa com relação aos temas abordados. Revelou que seus planos de governo podem ser consultados por qualquer pessoa interessada, já que foram objeto de publicação específica. A forma com que ele explicita as ações que pretende executar, caso venha ser eleito, causa, à primeira vista, forte impressão no espírito do telespectador, mas levanta logo uma saraivada de indagações sobre como poderá levar a termo prático tantas ideias no curso de um mandato de 4 anos e em meio a uma conjuntura política tão complexa como a que prevalece na atualidade brasileira. Ciro diz que vai recorrer a plebiscitos periódicos para contornar barreiras e a diálogos frequentes com as forças vivas da nação, confessando-se contrário a reeleição. Em depoimento anterior, ainda recente, à “GloboNews”, o postulante ao planalto criticou em termos ácidos  seus oponentes Bolsonaro e Lula, considerando-os inaptos para o cargo de primeiro mandatário da nação. Acentuou também que o mal maior a ser evitado é a reeleição de Bolsonaro e que no caso de um segundo turno entre ambos, mesmo a contragosto, daria seu voto pessoal ao candidato do PT.

O candidato Luiz e Inácio Lula da Silva foi sabatinado pelo JN, na quinta-feira, dia 25 de agosto.  Colocando em sua fala um tom conciliador, com vistas a atrair eleitores indecisos para sua causa. Esquivou-se de respostas diretas às arguições críticas feitas às falhas administrativas cometidas em seu tempo governamental, que levaram a casos de corrupção apurados, sobretudo pela chamada “Operação Lava Jato”.

Segundo o monitoramento do Instituto Quaest, a entrevista do líder petista foi a que alcançou o maior índice de engajamento nas redes sociais. Nas classificações das menções, 52% revelaram-se desfavoráveis ao conteúdo do pronunciamento e 48% favoráveis.  Nas entrevistas anteriores, estes foram os resultados divulgados: Bolsonaro, 65% desfavoráveis e 35% favoráveis; Ciro, 46% desfavoráveis e 54% favoráveis.

Geraldo Alkimin, seu adversário presidencial no passado, foi citado por Lula várias vezes, com rasgados louvores pela sua experiência como gestor público, por sua capacidade como negociador político e pela credibilidade que desfruta no mundo dos investimentos. O candidato defendeu o legado de seu governo na economia e a unidade nacional para combater a ultradireita, representada, segundo ele, por Bolsonaro.

Não passaram despercebidas as evasivas de que se valeu quando instado a se pronunciar acerca das devoluções volumosas de recursos subtraídos dos cofres públicos por políticos e empresários corruptos. Lula afirmou que “o orçamento secreto” não é outra coisa se não um ato escandaloso de corrupção. Condenou as delações premiadas, assinalando: “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram. E ficaram ricas por confessar. Você não só ganhava liberdade por falar o que o MP queria, como ficava com metade do que roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Publico, o que é uma aberração.”

O ex-chefe do governo, novamente concorrendo ao Planalto, aludiu, no decurso da conversa com os jornalistas, a imagem que comumente utiliza em seus pronunciamentos, dizendo que espera ver sua gente “comer uma picanha e tomar uma cervejinha.” Referiu-se à esperança que alimenta não só da melhora da economia, bem como do advento de um clima apaziguador na área política.

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