Opinião

“As pinturas do além” (II)

“As pinturas do além” (II)
Crédito: Pexels

“Os dons de Marilusa são extraordinários”.

(Domingos Justino Pinto, educador)

Tem continuidade agora a narrativa, iniciada no comentário anterior, a respeito de espantosos casos presenciados por este escriba, em meados dos anos 90, no teatro do Sesiminas (Centro de Cultura Nansen Araujo), perante plateia bastante numerosa, no curso de uma apresentação da sensitiva Marilusa Vasconcelos. Como já explicado, com abundância de detalhes, o processo aqui denominado “pinturas do além” consiste na elaboração, numa velocidade desnorteante, que deixa os assistentes tomados de perplexidade e embevecimento, de pinturas retratando pessoas, paisagens, objetos, numa profusão de cores, dentro do estilo e com assinaturas de aclamados personagens mundiais das artes plásticas em diferentes momentos da história. Logo após haver entregue o quadro retratando minha filha, antes de dar início ao leilão com fitos beneficentes dos trabalhos produzidos, Marilusa chamou-me ao palco. Foi a primeira vez que estive com ela frente a frente. Agradeceu ao Sesi, na pessoa de seu então diretor superintendente a cessão do teatro para a apresentação, oferecendo-me uma das telas que acabara de ser pintada. Informou que se tratava de retrato feito por um pintor da Renascença, da equipe de Michelangelo, chamado Pietro Vanucci. Afiançou que este era o nome, numa vida passada, de meu irmão Augusto Cesar Vanucci, que deixara meses antes, este nosso plano existencial. Pediu que eu atentasse para a dedicatória anotada na parte inferior da peça. Estes os dizeres: “Ao meu caro irmão Cesar o abraço saudoso de Augusto Cesar Vannucci”. Fiquei estupefato e emocionado. A letra era sem qualquer vislumbre de dúvida de meu irmão Augusto Cesar. Saltava aos olhos um pormenor arrebatadoramente intrigante na manifestação. O sobrenome Vanucci estava grafado com dois “enes” (Vannucci), hábito, que em meu núcleo familiar, só ele, Augusto, adotava. Como explicar tudo isso, à luz do conhecimento convencional das coisas?

Algum tempo transcorrido, fui testemunha ocular de situações igualmente emocionantes proporcionadas durante demonstrações de Marilusa relativas a seus extraordinários dons extrassensoriais. Noutra visita que fez a Belo Horizonte, assistida por grande público criou novamente uma atmosfera de total deslumbramento à volta dos atos executados. De modo especial, na fileira dos fenômenos contemplados um deles causou-me impacto mais vigoroso. A apresentação desenrolou-se na sede do Clube Atlético Mineiro. Sentei-me na plateia, ao lado de uma pessoa por quem tenho especial apreço. Eis que, concluídas as pinturas realizadas no palco, já preparada para a promoção do leilão (a apresentação tinha cunho filantrópico, como costumeiramente ocorre), Marilusa pediu que a pessoa da poltrona ao lado se dirigisse até ela. Ofertando-lhe um dos quadros recém-pintados, revelou que se tratava de retrato do seu pai. Possuída de grande emoção, a pessoa em questão ao voltar para o seu assento no auditório retirou da bolsa um retrato de seu falecido genitor. A pintura, assinada por um mestre das artes plásticas do passado, Manet, retratavam, rigorosamente, um mesmo cidadão. No programa “Realismo Fantástico”, que, à época, produzia e apresentava no antigo CBH (Canal Belo Horizonte), focalizei, com minudencias, a incrível história exibindo imagens do quadro e da foto.

Sobre Marilusa apraz-me acrescentar que ela continua ativa na lida que a consagrou. Sua fecundidade criativa, na utilização dos dons singulares que compõem o seu admirável perfil, levou-a a produzir uma quantidade, a esta altura, incalculável de peças artísticas que encantam e enternecem multidões, ornamentando paredes e livros espalhados mundo afora.  Sua condição de sensitiva permite-lhe também, dedicar parte de seu tempo à elaboração de livros, conforme, aliás, já registrado no comentário antecedente.

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