Opinião

Centro de BH: o caminho para o fortalecimento econômico

Centro de BH: o caminho para o fortalecimento econômico
Viaduto deSanta Tereza, centro de Belo Horizonte

No mês de agosto o seminário “Praça Sete: Patrimônio Vivo”, conduzido pela equipe do Cine Theatro Brasil Vallourec, proporcionou um encontro de diferentes perspectivas de quem vive, empreende e estuda no hipercentro de nossa Belo Horizonte. O ponto central das rodas de conversa foi a vitalidade do centro da cidade. Sabemos que existem diversos problemas, mas quero chamar a atenção para a capacidade de reinvenção que os comerciantes e prestadores de serviço da região têm apresentado. Diariamente, eles têm contribuído para o renascimento da cultura local e para a valorização dos espaços públicos e privados que compõem a paisagem arquitetônica e urbanística.

Neste pós-pandemia, somos testemunhas de diversas iniciativas que estão sendo realizadas em varandas, terraços e rooftops de históricos prédios da região central. Novos restaurantes e empreendimentos culturais têm dado nova dinâmica comercial e simbólica às ruas do hipercentro. Um ponto comum entre diversos empreendimentos é a realização do retrofit em seus espaços, um conceito originário da Engenharia e Arquitetura que diz respeito ao processo de restauração de antigas edificações para preservar as características originais e também adequá-la à legislação vigente, dando a esses equipamentos novos usos e propostas.

Como exemplo desses empreendimentos pautados no retrofit e que vêm obtendo grande sucesso, podemos citar o restaurante Feijão, na varanda do Edifício Maletta, e o restaurante Sula, no Edifício Sulacap. Temos ainda o Spot Culture, na rua São Paulo, No Alto Bar, na rua dos Tamoios e também o Copo Sujo Comedy, na rua dos Caetés. Uma lista que não para de crescer e que, a cada dia, faz pulsar mais forte o coração da cidade.

Quem empreende no hipercentro sabe do charme do local e da grande possibilidade de se fazer negócios a partir da circulação de pessoas. Há também um compromisso com o cuidado e a preservação desta região que abriga a história de nossa cidade. A iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor devem sempre estar atentos e valorizar esse trabalho. Entendo que, sempre que possível, é fundamental oferecer a esses comerciantes e prestadores de serviços condições especiais que impactam no cuidado do hipercentro e que lideram o renascimento dessas ruas e prédios.

A revitalização da área central tem impactado a recuperação do comércio. As lojas de rua são as grandes responsáveis por essa movimentação econômica. O brasileiro, e especialmente o mineiro, gosta de frequentar as lojas, conhecer de perto os produtos e manter uma relação de confiança com o comerciante. Isso nos mostra que o hipercentro, berço de nosso comércio, tem muito potencial a ser explorado.

Na Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que é a maior do sistema CDL do País e representa mais de 13 mil associados, entendemos que o dia a dia de Belo Horizonte, desde sua criação, está entrelaçado com o comércio varejista. Nesses quase 126 anos, vimos a cidade evoluir, viver transformações sociais, econômicas e culturais. Em comum com todos estes momentos, temos um comércio presente e atuante na região central. Homens e mulheres que dedicaram, e ainda dedicam, a vida à arte de vender e, principalmente, se relacionar com o público.

Costumamos dizer que se o comércio vai bem, a cidade vai bem. É a dedicação diária dos lojistas que faz com que nossa capital seja a terceira mais importante do país em força econômica, mesmo sendo a 6ª em termos de população. O impacto que o setor provoca é vital e a região central, com toda sua potencialidade, é a mola propulsora desse bem maior que almejamos para Belo Horizonte.

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