Sim, a espiritualidade nas organizações mora nos processos
Outro dia estava gravando uma entrevista para um podcast e falando de empreendedorismo e o entrevistador me perguntou como imaginar a felicidade e espiritualidade dentro de um processo organizacional. Durante o podcast fui contando a história da minha jornada de autotransformação e contei como saí do primeiro retiro de meditação que fiz. Esse exemplo o ajudou a enxergar, com maior tangibilidade, como essas palavras poderiam começar a entrar no mundo organizacional.
Logo quando eu voltei dessa experiência, ao atravessar a rua, a minha mente estava tão, mas tão presente, que eu olhava os pássaros, as pessoas e os carros com uma qualidade de presença que eu jamais tinha visto.
Essa qualidade de presença eu transferia para a caixa do supermercado, olhando para seus olhos e perguntando se ela estava bem naquele dia. Também praticava com os funcionários dos prédios por onde passava, fazendo o credenciamento.
Certa vez, a funcionária da portaria da empresa-cliente estava fazendo aniversário, pois havia colocado balões no seu computador e daí eu perguntei: é seu aniversário hoje? Ela disse: você foi a primeira pessoa que observou meu computador hoje (era por volta das 14 horas). Já passaram muitas pessoas hoje e ninguém viu. E assim é o ciclo da mente não presente: não vê a atividade, não vê o e-mail, não vê o processo, não vê a pessoal, não vê a si mesmo.
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A gestão por processos dentro de uma empresa é um canal muito sólido de como poderia ser a prática das emoções positivas, da qualidade de presença e da compaixão. Atributos e virtudes fundamentais para estes temas.
Hoje, existem algumas pesquisas e certificações no mercado que já conseguem medir o nível de consciência das empresas pelos processos e separei algumas destas ferramentas. Ressalto que as ferramentas são dinâmicas e podem ser alteradas, mas o objetivo aqui é dar a vocês, leitores, um exemplo prático de como seria:
- Qual é o prazo médio de pagamento dos fornecedores?
- Quantos treinamentos/retiros de autoconhecimento você faz por ano?
- Qual é o percentual de mulheres em cargos de liderança na sua empresa?
- Qual é o índice de reaproveitamento do seu resíduo gerado?
- Qual o índice de confiança dos seus clientes na sua empresa?
Quanto mais o seu processo estiver alinhado com a humanidade e o pensamento ganha-ganha, mais feliz e espiritualizado tende a ser seu negócio.
Ressalto que há um ponto muito importante que é a própria humanização e respeito aos seres humanos que geram as emoções positivas necessárias a um negócio feliz, mas a reflexão que deixo é se resolve humanizar as relações e deixar os processos desumanizados.
O grande trabalho a fazer é equilibrar o grau de humanização em ambos, tanto processos, quanto pessoas representam grande parte da nossa rotina.
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