A poderosa combinação entre fé e hábito

Na coluna de hoje eu vou compartilhar com você uma história contada por um mestre tibetano vivo, o qual tive a felicidade de passar 10 dias ouvindo seus ensinamentos na sua vinda ao Brasil em maio de 2023.

Dotado de uma simplicidade absurda, ele nos contou como os tibetanos veem a saúde e como lidam com cenários de resolução de problemas dela.

Na verdade, ele nos ensinou a importância de entendermos a diferença entre fé e hábito. Na visão dele, a fé é algo como esperar o amanhã. Sabemos que existem grandes possibilidades de amanhã acontecer e o que nos faz acreditar nesse fenômeno é a nossa fé. Já o hábito é algo que parte de um movimento e de uma atitude nossa, ou seja, é a parte que nos cabe. O conto abaixo explica melhor este cenário:

Era uma vez um mestre de técnicas do corpo que pregava muito a disciplina do treino. Ele falava que treinava muitas horas por dia e que esse era o único caminho para alcançar a plenitude espiritual que tanto buscavam. Um belo dia este mestre partiu desta para melhor e diz a lenda que ele foi direto para o inferno em função de enganar as pessoas.

Os alunos ficaram sabendo que ele tinha ido para o inferno e disseram o seguinte:

Se o nosso mestre treinava tanto e foi para o inferno, temos que dobrar a nossa prática.

No conto acima, eles se apropriaram do hábito para comprovar sua fé.

E é neste contexto que gostaria de compartilhar a forma de cuidar da saúde na visão deles:

• Primeiro mudam o hábito
• Segundo mudam a alimentação
• Terceiro tomam remédio
• Quarto fazem cirurgias
• Quinto fazem terapia

Após ouvir isso, foi impossível não pensar como nós, aqui do ocidente, tratamos a nossa saúde. Ressalto que muitas terapias são com foco em comportamento e por isso mudar o hábito com terapia se equivale ao primeiro item, na minha visão. Talvez, a maioria de nós tenha um padrão imediatista de tomar remédios sem mudarmos os nossos hábitos e sem mudarmos a nossa alimentação.

Mas o que eu gostaria de provocar neste espaço é sobre os nossos hábitos. Falar da felicidade utilizando posições de mestres em cargos de gestão e liderança é bem diferente dos hábitos que nos faz mestres de nós mesmos.

Por isso, ao tratar de saúde mental na sua organização ou no seu cliente, seja você o primeiro a mudar o hábito porque a fé, apesar de muito poderosa, pode não funcionar se não for combinada com o hábito.

Qual o primeiro passo para transformar sua fé em hábito hoje?