Café Especial Robusta ganha espaço com sustentabilidade e inovação

Quando o assunto é Café Especial, o café 100% arábica costuma ser o destaque. No entanto, o robusta, ou canéfora, tem conquistado cada vez mais espaço, especialmente quando tratamos de temas como sustentabilidade e inovação.
Para entender essa transformação, conversamos com Marcelo Santos Lopes, CEO do Café Canindé e produtor de cafés robusta na Amazônia, que compartilhou sua visão sobre o futuro promissor desse grão.
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A Amazônia, conhecida por sua biodiversidade incomparável, também é um território desafiador e promissor para o cultivo de robusta. Segundo Marcelo, “o robusta não é apenas resistente por natureza, mas também possibilita práticas agrícolas mais sustentáveis, como a adoção de sistemas agroflorestais que preservam a fauna e a flora locais.”
Numa das cooperativas lideradas por Marcelo, os produtores se dedicam a aliar qualidade com respeito ao meio ambiente. “O robusta amazônico não é apenas um produto; é a prova de que é possível produzir com excelência e responsabilidade”, afirma ele.
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Nos últimos anos, o robusta passou de base para blends industriais a protagonista nas prateleiras de cafés especiais, conquistando consumidores exigentes. Esse crescimento é fruto de um trabalho rigoroso, que envolve colheita seletiva e processos inovadores. Com o robusta especial e suas premiações recentes, o Brasil tem mostrado ao mundo que seu potencial vai muito além do que se imaginava.
Vale lembrar que, embora arábicas e robustas sejam tipos de café, eles não devem ser comparados diretamente. É como nossos queijos Minas e Canastra: cada um tem sua identidade e riqueza única.
O robusta amazônico prova que inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas, elevando o grão a novos patamares no mercado de cafés especiais. O objetivo não é apenas atender às exigências do mercado, mas também deixar um legado de equilíbrio entre produtividade, qualidade e respeito ao meio ambiente.
Antes limitado a nichos específicos, o robusta agora é símbolo de reinvenção e potencial. E como nos disse Marcelo, “cada xícara é uma oportunidade de transformar percepções e valorizar a luta e o trabalho que começa lá na origem.”
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