Minas no topo: o protagonismo do café mineiro no SPCF

A cada edição do São Paulo Coffee Festival, um aroma em especial paira no ar: o de Minas Gerais. E não é à toa. No evento que aconteceu no último fim de semana, o café mineiro foi protagonista absoluto — presente em diversas torrefações, cafeterias e rodas de conversa, reafirmando o que muitos já sabem: Minas é, hoje, no cenário brasileiro, o coração pulsante do café.
Estivemos por lá para registrar não apenas sabores, mas histórias. E em cada xícara servida, havia um pouco da terra, do trabalho e da cultura de uma região que aprendeu a transformar o simples ato de tomar café em uma experiência completa.
Conversamos com nosso amigo Leonardo Jun Kuwahata, da Kento Café – Torrefação de cafés especiais e referência no setor, que reforçou a força do café mineiro não apenas no cenário nacional, mas também como destaque crescente no mercado internacional. “Minas não é só celeiro. É palco. O que sai de lá não é apenas volume, mas diversidade. A gente fala de doçura natural, acidez equilibrada, cafés florais, frutados, de corpo aveludado, tudo isso nas mais variadas regiões do estado. É impressionante o que conseguimos oferecer ao mercado mundial com tanta consistência”, destacou.
Léo também ressaltou a importância de se valorizar o trabalho dos produtores, que muitas vezes são os responsáveis pelos lotes premiados e diferenciados de café especial. “O terroir de Minas é uma joia, mas o que transforma esse potencial em café de verdade é gente comprometida com qualidade, inovação e cuidado em todas as etapas”, completou.
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De fato, essa consistência tem se traduzido em reconhecimento. Cafés mineiros vêm acumulando prêmios em concursos internacionais, conquistando espaços nas prateleiras mais disputadas do mundo e sendo elogiados por especialistas em eventos globais. Mais que um produto, o café especial de Minas tem se tornado símbolo da cultura, da inovação e da força produtiva do Brasil.
Essa força também se reflete nos números. Minas Gerais é responsável por cerca de 70% da produção nacional de café, empregando direta e indiretamente milhares de pessoas em toda a cadeia produtiva — do campo às cafeterias. Em várias regiões, o café é mais do que economia: é herança, sustento e identidade. O crescimento do consumo de cafés especiais no Brasil e no exterior tem fortalecido ainda mais o papel do estado como referência de excelência, além de abrir espaço para práticas sustentáveis, comércio justo e valorização do saber local.
E por trás disso tudo, há um movimento coletivo que merece destaque: a união entre os elos da cadeia. Produtores, torrefadores, baristas e consumidores estão cada vez mais conectados, compartilhando saberes, buscando rastreabilidade, valorizando a origem e respeitando o tempo do grão e do campo. Isso transforma o café especial em algo ainda maior — um agente de desenvolvimento social, econômico e cultural.
Ao ver Minas tão bem representada em um evento como o SPCF, sentimos que o futuro do café brasileiro passa por esse olhar de origem, de identidade e de afeto.
Mais do que modismo, o café especial mineiro é movimento, é essência, é propósito. E é por isso que, ano após ano, ele segue conquistando paladares — e corações — ao redor do mundo.
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