Caminhos sustentáveis

Asfixiados pelo fogo: as consequências dos incêndios que assolam o País

A drástica piora da qualidade do ar é uma das consequências mais imediatas das queimadas

Várias cidades brasileiras acordaram nas últimas semanas cobertas por fumaça. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registra dados de queimadas identificadas por satélite desde 1998, agosto de 2024 registrou 57.528 focos de incêndio, o valor é o maior para o mês desde 2010, e é 23,6% maior do que a média histórica do período.

A consequência mais imediata das queimadas é a drástica piora da qualidade do ar. A fumaça liberada pelos incêndios contém uma série de poluentes, como partículas finas (PM2,5), monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio.

Temos um país em que 89% da energia é gerada de fonte renovável, mas que ainda permite que 49% das suas emissões venham da mudança de uso da terra e florestas, segundo dados do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases (SEEG). Do ponto de vista climático, este pode ser o grande vilão da sustentabilidade no Brasil.

Queimamos muito, pioramos a qualidade do ar, continuamos desmatando e geramos muita emissão de gás de efeito estufa por meio dessas atividades. Esses são componentes de uma crise que impacta não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população e a economia do país.

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Do ponto de vista social, os impactos podem ser sentidos pelo aumento de hospitalizações, pela redução da expectativa de vida, pelo agravamento de doenças preexistentes, pelo surgimento de novos problemas de saúde, sobrecarregando o sistema de saúde.

Do ponto de vista econômico, os impactos também são significativos e afetam diversos setores. Na agricultura e pecuária, é comum a destruição de plantações e pastagens pelo fogo descontrolado, pela seca ou pela inundação, ou pela imprevisibilidade do regime de chuvas. A morte das lavouras e dos rebanhos diminui a oferta de alimentos e eleva os preços que levam as populações mais vulneráveis a serem empurradas para a insegurança alimentar.

Na infraestrutura, enchentes fecham estradas, queimadas danificam pontes, placas, gerando custos elevados para a reconstrução. Além disso, a fumaça pode reduzir a visibilidade, causando acidentes e interrupções no transporte. No turismo, a degradação ambiental afugenta turistas e prejudica a imagem do País, diminui a receita dos setores de hospedagem, transporte e atrações turísticas.

Já passou da hora de as autoridades públicas levarem o assunto das queimadas e desmatamento mais a sério. A resposta precisa ser urgente e coordenada. É preciso investir em políticas públicas eficazes para combater o desmatamento, promover a agricultura sustentável, fortalecer a fiscalização ambiental e conscientizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente. A luta contra as queimadas e o desmatamento é uma luta por um futuro mais saudável, justo e rico para todos.

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