Caminhos sustentáveis

COP30 Dia 4: Carta da ONU, Saúde e Integridade de Dados

Foi lançado o Plano de Ação de Belém para a Saúde, que propõe a construção de sistemas de saúde resilientes às mudanças climáticas
COP30 Dia 4: Carta da ONU, Saúde e Integridade de Dados
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

No quarto dia da COP30, os debates se intensificaram em torno da adaptação climática centrada nas pessoas, com foco especial na saúde e na integridade da informação.

Foi lançado o Plano de Ação de Belém para a Saúde, uma iniciativa brasileira em parceria com a Organização Mundial da Saúde, que propõe a construção de sistemas de saúde resilientes às mudanças climáticas. O plano recebeu apoio de mais de 80 entidades, incluindo 30 países e 50 organizações, além de um financiamento inicial de 300 milhões de dólares por parte de fundações internacionais.

O dia também apresentou avanços em relação ao papel do Judiciário. Foi lançada a Árvore de Compromissos Sumaúma, um roteiro de ações baseadas em direitos humanos que será desenvolvido até a COP31. A iniciativa reforça o papel da Justiça como agente ativo na transformação climática e na defesa da dignidade humana.

Outro avanço importante foi o lançamento do Statement of Commitment on Climate Information Integrity in Digital Advertising, um pacto global que visa combater a desinformação climática nas plataformas digitais. O Brasil tornou-se o primeiro país a criar um capítulo nacional da iniciativa.

No entanto, a marca do dia foi a carta enviada pelo Secretário Executivo da UNFCCC, Simon Stiell, ao governo brasileiro, criticando a organização da COP30. O documento apontou falhas estruturais na Zona Azul, como goteiras, falta de água nos banheiros e ar-condicionado inadequado, além de problemas graves de segurança e inação da força policial brasileira, que, segundo a carta, descumpriu os protocolos de segurança acordados. A ONU exigiu ações imediatas para garantir a segurança e a funcionalidade do evento.

Por fim, o anti-prêmio “Fóssil do Dia” foi entregue ao Japão por três ações consideradas contrárias à justiça climática: a promoção de tecnologias que prolongam o uso de combustíveis fósseis, o financiamento de megaprojetos de gás na Austrália que violam direitos indígenas e o bloqueio das negociações sobre transição justa, ao recusar apoio a mecanismos que garantam equidade e participação comunitária no processo de descarbonização.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas