Caminhos sustentáveis

COP30: Plano de Ação de Belém para a Saúde

O plano parte do reconhecimento de que os efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor, já estão pressionando os sistemas de saúde
COP30: Plano de Ação de Belém para a Saúde
Capital gaúcha e cidades do interior do estado sofreram com enchentes | Crédito: Diego Vara / Reuters

Na quinta-feira (13) , na COP30, o Brasil apresentou ao mundo o Plano de Ação de Belém para a Saúde, uma iniciativa inédita que coloca a saúde no centro da agenda climática global. Elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o documento responde diretamente ao Artigo 7 do Acordo de Paris e às resoluções da Assembleia Mundial da Saúde, consolidando um novo paradigma de adaptação climática com foco na proteção da vida.

O plano parte do reconhecimento de que os efeitos das mudanças climáticas — como ondas de calor, enchentes, secas e doenças infecciosas — já estão pressionando os sistemas de saúde, especialmente em países em desenvolvimento. Por isso, é fundamental construir sistemas de saúde resilientes, capazes de antecipar riscos, responder a emergências e proteger populações vulneráveis.

Entre os principais eixos do plano estão o fortalecimento da vigilância epidemiológica, o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências científicas, a capacitação de profissionais da saúde e o investimento em inovação, produção sustentável e tecnologias digitais. Além disso, a integração entre dados climáticos e sanitários é vista como essencial para antecipar crises e orientar decisões estratégicas.

O programa define os seguintes objetivos:

  1. Melhorar a vigilância em saúde informada pelo clima
  2. Identificar uma lista prioritária de riscos e doenças relacionados ao clima
  3. Melhorar a gestão de riscos à saúde em eventos e emergências climáticas
  4. Harmonizar os conceitos de adaptação clima–saúde
  5. Promover políticas multissetoriais com co-benefícios para a saúde
  6. Integrar saúde mental à adaptação climática no setor saúde
  7. Promover políticas de adaptação para apoiar populações em situação de vulnerabilidade
  8. Proteger e promover a saúde do trabalhador e da trabalhadora no contexto das mudanças climáticas
  9. Fortalecer a força de trabalho em saúde para enfrentar os desafios das mudanças climáticas
  10. Promover a resiliência comunitária às mudanças climáticas
  11. Fortalecer infraestruturas e serviços resilientes ao clima
  12. Avaliar e inovar políticas de adaptação no setor saúde
  13. Promover a transição justa na adaptação do setor saúde
  14. Reforçar a resiliência das cadeias de suprimento em saúde
  15. Fortalecer estoques estratégicos e o acesso equitativo a produtos essenciais de saúde

Do ponto de vista diplomático, o lançamento dá protagonismo ao Brasil na construção de uma resposta coordenada, multilateral e baseada em ciência para enfrentar os desafios entrelaçados entre clima e saúde.

Do ponto de vista prático, não parece provável que o sistema público de saúde brasileiro venha a se beneficiar de recursos internacionais, já escassos para diversas outras áreas.

Acesse a íntegra do documento oficial aqui: Plano de Ação em Saúde de Belém (PDF)

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