Caminhos sustentáveis

Entenda como os dados abertos podem contribuir para acelerar os ODS

Dados abertos poderiam ser utilizados para melhorar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Qualquer dado disponibilizado em ambiente de acesso público é um dado público. Porém há, dentro deste grupo, uma subcategoria a que chamamos de dados abertos. Essa categoria exige que, além de ser disponibilizado publicamente, os dados sejam apresentados em um formato que privilegie a interoperabilidade, sejam tempestivos, de acesso e uso livres, permitam modificações e compartilhamentos e não possuam direitos de propriedade. Essas características são importantes, pois definirão a capacidade de os dados abertos serem aceleradores do desenvolvimento.

A hipótese que levantamos nesse artigo é que os dados abertos poderiam ser utilizados para melhorar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nos ODS 1, 2, 5 e 10, dados abertos a respeito da insegurança alimentar, pobreza multidimensional e capacidade produtiva das famílias poderiam ser trabalhados em diversas perspectivas temporais, geográficas, sociais e econômicas, com grande potencial para balizarem melhorias nas atuais políticas públicas de igualdade de gênero, assistência e desenvolvimento social, aproveitamento de recursos alimentares, etc.

Nos ODS 3 e 4, os dados abertos e anonimizados poderiam auxiliar nas pesquisas de identificação de diagnóstico de doenças ou para melhoria do aprendizado nas escolas. Poderíamos, por exemplo, saber quais temáticas foram mais erradas por alunos de uma mesma escola no Ideb ou no Enem, e isso poderia nos ajudar a aprimorar os sistemas de educação naquelas temáticas. Ou poderíamos identificar rapidamente as doenças que estão se tornando mais frequentes em um determinado território para, a partir delas, tomar providências ou estabelecer planos.

Nos ODS 6, 13, 14 e 15, a utilização de informações de georreferenciamento dos cursos de água permitiria que modelos de Internet das Coisas baseados em Inteligência Artificial pudessem consumir os dados e uni-los a outros como, por exemplo, os de estações meteorológicas, para assim poder criar sistemas de prevenção a enchentes, monitoramento da qualidade da água, homogeneização do ciclo de águas durante o ano ou para indicar o assoreamento dos rios.

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Nos ODS 8 e 9, que tratam sobre trabalho, indústria, inovação e infraestrutura, dados abertos poderiam indicar os setores econômicos com maior deficiência de mão de obra e que, portanto, estão com o seu crescimento limitado. Isso poderia orientar melhor os projetos de qualificação profissional. Os dados abertos ainda poderiam ser utilizados para melhoria da eficiência da administração pública, que tem efeito transversal em todos os ODS, pois permitiria que mais recursos estivessem disponíveis para geração de valor para sociedade.

Há, como se vê, importantes indícios de que o alcance dos ODS depende, em grande parte, da capacidade e do apetite dos governos disponibilizarem dados abertos.

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