A sustentabilidade demanda uma educação de qualidade
Ao olharmos a lista de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, nos deparamos com o objetivo 4 – Educação de Qualidade. Mas do que exatamente trata o ODS 4?
Segundo a ONU, trata de “garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.” Esse propósito é dividido em 10 metas e uma delas é dar acesso a todos os meninos e meninas a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, até 2030. Porém, há menos de 5 anos do prazo, o Brasil, segundo dados do IBGE, possui mais de 2,3 milhões de crianças sem acesso a creches. E o acesso não é o único problema.
O estudo “Qualidade da oferta da Educação Infantil no Brasil” concluiu que a qualidade da infraestrutura disponibilizada nas escolas infantis está aquém do necessário. A situação é pior nas regiões Norte e Nordeste, onde a frequência de brinquedos para o público infantil é quase 2 vezes menor do que nas outras regiões do Brasil. Também há uma grande desigualdade entre escolas públicas e privadas.
Diversos estudos relacionam as brincadeiras infantis ao desenvolvimento de habilidades relevantes e de competências que preparam os jovens para o futuro. Os brinquedos podem ajudar as crianças a desenvolverem habilidades motoras finas, habilidades cognitivas, resiliência, capacidade de trabalhar em equipe, empatia, capacidade criativa, capacidade de resolver problemas, além de introduzir conceitos básicos de Stem (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Mas para isso precisam ser desafiadores.
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A importância desse tema na educação já é mais do que consolidado na Europa, onde empresas como a Monstrum, a Kompan (Dinamarca), Berliner (Alemanha), Proludic (França), Playdale (Inglaterra) oferecem soluções que há décadas tornaram os parquinhos infantis potencializadores do desenvolvimento de habilidades. No Brasil, porém, os parquinhos ainda mantêm os padrões e brinquedos de séculos atrás. Hoje esses equipamentos são pouco desafiadores e pouco estimulantes, além de quase sempre não contribuírem em nada para que as crianças se aproximem da natureza.
A Enkanto promete mudar esse jogo. Utilizando predominantemente a madeira e integrando os espaços a áreas naturais, três escolas particulares remodelaram completamente suas áreas de brincar, proporcionando ambientes que, ao mesmo tempo que prezam pela segurança, possuem design que desafia as crianças e as aproxima da natureza. Mas isso levanta uma nova pergunta: o atraso do poder público na adoção desse novo paradigma aumentará a diferença entre ricos e pobres?
Uma coisa é certa, não há educação inclusiva, de qualidade e equitativa sem que olhemos para nossas crianças e para a maneira como elas brincam. Nenhum líder público que realmente esteja preocupado com o futuro pode se abster de agir nessa direção.
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