Caminhos sustentáveis

Você entende as cores do carbono?

Conceito tem como objetivo simplificar a compreensão sobre onde e como o material é armazenado na natureza

O conceito das cores do carbono, difundido pela Green Economics, busca simplificar a compreensão sobre onde e como o carbono é armazenado na natureza.

O carbono verde refere-se às florestas, pastagens e áreas agrícolas, que capturam carbono principalmente no solo e na biomassa terrestre.

O carbono marrom ou preto está associado a depósitos subterrâneos, como turfeiras e solos ricos em matéria orgânica, que acumulam carbono por longos períodos.

Já o carbono azul diz respeito aos oceanos e ecossistemas costeiros, como manguezais, marismas e pradarias marinhas, que possuem uma capacidade extraordinária de estocar carbono.

O carbono azul merece atenção especial porque os ecossistemas aquáticos armazenam 83% do carbono global, de acordo com o Relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Um subgrupo, que são os habitats costeiros, embora cubram apenas 2% das áreas aquáticas do planeta, são de suma importância porque podem armazenar mais carbono do que a mesma área de florestas terrestres.

Manguezais, por exemplo, acumulam carbono tanto na biomassa quanto nos sedimentos abaixo do solo, funcionando como verdadeiros cofres naturais. Um estudo da Louisiana State University revelou que os manguezais brasileiros concentram 8,5% dos estoques globais de carbono desses ecossistemas, e quando comparados a outros biomas nacionais, os manguezais armazenam até 4,3 vezes mais carbono nos primeiros 100 cm de solo do que outras formações vegetais.

O Brasil abriga a segunda maior área contínua de manguezais do planeta, atrás apenas da Indonésia. Esses ecossistemas, além da captura de carbono, apresentam função essencial na manutenção da biodiversidade e na oferta de serviços ecossistêmicos vitais, como proteção contra erosão e suporte à pesca artesanal. Projetos de conservação e restauração de manguezais no Maranhão e no Pará têm mostrado resultados promissores, mas infelizmente o Brasil ainda não tem uma política estruturante de proteção desses ecossistemas que continuam sob constante ameaça e depredação.

No cenário internacional, iniciativas, como a Blue Carbon Initiative, têm buscado fortalecer políticas de proteção e incentivar a restauração desses ecossistemas, reconhecendo sua importância estratégica para o equilíbrio climático, mas muito ainda precisa ser feito.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas