A consciência na cadeira do conselho
O conselho de administração exerce um papel fundamental na governança corporativa, contribuindo para a tomada de decisões estratégicas e o direcionamento ético de uma organização. O conselho tem que estar preparado para desafiar a empresa em todas as áreas. Ele é o guardião dos valores, da reputação da empresa e o interditor dos atos não profissionalizantes. Neste sentido, além do conhecimento técnico e experiência profissional, existem algumas competências comportamentais essenciais para desempenhar esse papel de forma consciente. Sem pretensão de esgotar este tema, visto que trata-se de uma gama considerável de competências, destaco aqui algumas sobre as quais gostaria de jogar luz.

Em primeiro lugar, um conselheiro de administração consciente deve ser ético e ter uma forte integridade moral. A tomada de decisões em um conselho de administração envolve considerar não apenas os interesses financeiros da organização, mas também o alinhamento com o propósito maior da organização, seus impactos sociais e ambientais. Para tanto, é preciso que a ética seja acompanhada de uma autenticidade corajosa, fundamental em casos em que é preciso tomar decisões sobre o correto a ser feito, mas que muitas vezes são pouco diplomáticas, como em casos de conflitos de interesse, por exemplo. Esta autenticidade corajosa traz consigo a necessidade de que os conselheiros tenham uma boa consciência de si e de seus vieses cognitivos. Sem autoconhecimento e capacidade de reflexão não há ética possível.
É inquestionável que um conselheiro consciente precisa ser capaz de avaliar informações complexas, identificar tendências e riscos, e tomar decisões fundamentadas com base em dados e evidências. Isso requer uma mente aberta, curiosidade intelectual e a disposição de questionar suposições e paradigmas estabelecidos. Mas tão importante quanto, é ser capaz de atuar de forma cooperativa e colaborativa para que se possa resolver conflitos e tomar decisões de maneira colegiada. Criar formas mais efetivas de interações entre as instâncias de governanças e de participação dos stakeholders é uma parte importante da agenda do conselheiro consciente.
É importante ressaltar que desenvolver a consciência é um processo contínuo e desafiador. A consciência nos permite compreender as complexidades e interconexões do mundo dos negócios, bem como reconhecer o impacto das nossas decisões em diversas esferas, desde os colaboradores até a sociedade como um todo. Ao investir no desenvolvimento da consciência, os conselheiros têm a oportunidade de se tornarem agentes de mudança positiva, promovendo a sustentabilidade ambiental, a equidade social e a ética nos negócios. Portanto, o aprimoramento da consciência é a meta competência que nos permite transformar as organizações e o mundo ao nosso redor, construindo um futuro melhor para todos.
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