Afinal, o que é liderar?
Compartilho da visão de que há algo profundamente humano na arte de liderar. Liderar é um exercício de presença, escuta e aprendizado contínuo. É reconhecer que, para além dos resultados, existem pessoas com histórias, sonhos e sentimentos que esperam ser vistas, valorizadas e inspiradas.
O relatório Panorama 2026, da Amcham, em parceria com a Humanizadas, revela que 53,3% das empresas brasileiras consideram o desenvolvimento de lideranças a principal prioridade humana e estratégica. O mesmo estudo aponta lideranças pouco preparadas entre as maiores barreiras ao desempenho organizacional, além da dificuldade de execução estratégica e da resistência cultural à mudança.
A pesquisa Escassez de Talentos 2025, da ManpowerGroup, amplia essa visão. Segundo o levantamento, 81% das empresas brasileiras enfrentam dificuldades para contratar profissionais qualificados, e o desafio vai muito além das habilidades técnicas. Esse cenário reflete a urgência de promover ambientes que cultivem aprendizado, propósito e confiança.
O estudo mostra que 40% das empresas apostam em capacitar e requalificar seus próprios colaboradores como estratégia para enfrentar a escassez. Essa escolha traduz o que já se desenha como um novo paradigma: liderar é cuidar e desenvolver, criar as condições para que as pessoas floresçam e fortaleçam o coletivo.
Esses dados são mais do que números: são sinais. Sinais de que estamos despertando para uma nova consciência – mais humana, ética e conectada ao todo. O Movimento do Capitalismo Consciente nos fortalece nesse caminho ao colocar a Liderança Consciente como um de seus pilares, ao lado do Propósito Maior, da Orientação para Stakeholders e da Cultura Consciente. Liderar com consciência é agir com coerência, alinhar discurso e prática, decidir com base em valores e servir com propósito.
Quando a liderança valoriza o desenvolvimento contínuo, as empresas geram valor sustentável e relações mais genuínas. Aprender é um ato de humildade, e liderar, um ato de coragem. O futuro será tecnológico e, ainda assim, profundamente humano.
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