O Capitalismo Consciente deve praticar investimento social privado
Estamos vivemos um período de rápidas e constantes transformações, marcado por desafios ambientais e aumento das vulnerabilidades humanas. Neste cenário, são urgentes ações diferentes para alcançarmos resultados reais. Estamos na era da regeneração, pois não dá mais tempo de sermos somente sustentáveis.

O Brasil está entre os 20 países mais solidários do mundo, conforme o World Giving Index 2022 da Charities Aid Foundation (CAF). Cerca de 31% dos brasileiros fizeram doações em 2022. Contudo, Paula Fabiani, CEO do Idis, destaca que a cultura de doação no Brasil ainda é emergencial e não recorrente. Fortalecer essa cultura exige práticas regulares e maior conscientização cidadã.
No contexto das organizações privadas, temos o Investimento Social Privado (ISP) como uma forma eficiente de fortalecer o Terceiro Setor, formado por organizações privadas sem fins lucrativos que realizam a maior parte do serviço de cuidado à sociedade. Esse setor movimenta 4,27% do PIB nacional e emprega quase 6 milhões de pessoas.
Segundo o Fórum Nacional das Filantrópicas (Fonif), 861 cidades brasileiras contam com instituições filantrópicas de saúde como o único hospital disponível para atender a população. Em educação, foram 355 mil bolsas para alunos da educação básica e 423 mil para o ensino superior. Na Assistência Social, 40% das entidades são filantrópicas.
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Uma pesquisa da Dom Strategy Partners revela que o Terceiro Setor pode devolver à sociedade R$ 9,79 para cada um real investido em imunidade tributária. Entretanto, a grande maioria dessas organizações enfrentam graves dificuldades para se manterem e desenvolverem-se institucionalmente.
Dada a relevância do Terceiro Setor, fica claro que empresas que desejam praticar o Capitalismo Consciente podem potencializar seu impacto socioambiental investindo nesse setor. Financiando organizações e projetos alinhados aos valores corporativos e necessidades sociais, as empresas promovem desenvolvimento inclusivo, fortalecem sua reputação e criam um vínculo profundo com seus stakeholders.
Implementar estratégias de ISP demonstra compromisso social e fomenta uma cultura organizacional ética e sustentável. A responsabilidade socioambiental das empresas é uma obrigação constitucional e deve ser parte do planejamento estratégico, buscando sempre o maior impacto possível. O ISP atua como catalisador, alavancador, inovador e provocador de mudanças, ampliando o impacto dos investimentos.
Para mudanças efetivas, as empresas devem adotar uma abordagem estratégica ao ISP, identificando áreas de maior impacto, estabelecendo parcerias com organizações alinhadas e medindo os resultados das iniciativas. O ISP, alinhado com os pilares do Capitalismo Consciente, transforma a interação das empresas com a sociedade, gerando impacto positivo duradouro e beneficiando tanto a sociedade quanto os negócios.
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