Churn: o número que revela onde sua empresa está falhando (e impacta quanto ela vale)
Churn, em termos simples, é a taxa de rotatividade de clientes e, consequentemente, de perda de receita. É a métrica que mede o percentual de clientes que deixam de consumir um produto ou serviço em determinado período. No universo dos negócios recorrentes como softwares por assinatura, academias, streamings, fintechs, escolas de idiomas ou dança esse indicador atua como um termômetro da saúde da empresa: quanto maior o churn, maior é o sinal de que algo não está funcionando como deveria.
A taxa de churn é calculada dividindo o número de clientes que deixaram de ser clientes pelo número total de clientes no início do período, e então multiplicando por 100 para obter uma porcentagem. Se uma empresa começou o mês com 100 clientes e perdeu 8, seu churn é de 8%. Mas a leitura desse número precisa ir além da matemática.
Considerando que a retenção é tão estratégica quanto à aquisição, o churn atua como radar da experiência vivida, da entrega, da percepção de valor pelo cliente e até da comunicação. Não se trata apenas de medir desistências, mas de investigar suas causas.
Empresas maduras não tratam o churn como uma fatalidade ou um imprevisto, mas como um reflexo do quanto estão (ou não) conectadas com as necessidades reais de quem atendem. E é exatamente aqui que entra a governança. Maturidade empresarial não se resume a processos eficientes ou crescimento acelerado. Ela se expressa na capacidade de tomar decisões consistentes, orientadas por dados, com clareza sobre responsabilidades e foco na experiência do cliente. Uma governança bem estruturada integra visão estratégica e operação, o que naturalmente contribui para reduzir a rotatividade e fortalecer a fidelização de clientes.
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E há um ponto crítico que nem sempre é percebido no dia a dia da operação, qual seja, o churn interfere diretamente no valuation de uma empresa. Em processos de M&A, negócios com alta rotatividade de clientes são vistos como mais arriscados, o que se traduz em múltiplos menores e uma análise mais rigorosa por parte dos compradores. Não adianta apresentar uma boa receita recorrente se ela escorre pelos dedos mês a mês.
Pense em um software que perde assinantes porque o onboarding foi confuso e o suporte é demorado. Ou em uma escola de dança que vê alunos desistirem porque não há acompanhamento individualizado para iniciantes. O problema não é apenas perder clientes, mas deixar de aprender com essas perdas e repetir padrões que poderiam ser corrigidos com inteligência de negócio.
Churn é um indicador que cobra postura estratégica. E quanto mais cedo ele for levado a sério, maior a solidez e o valor percebido dentro e fora da empresa.
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