Estratégia, gestão e governança: o papel do Direito na transformação empresarial

Para falar de estratégia e gestão de alto impacto é preciso, antes, falar de gestão eficiente. Toda gestão eficiente deve ter como referência os princípios básicos de Governança Corporativa que é, resumidamente, a forma como a empresa adota as melhores práticas de gestão, considerando como diretrizes transparência, prestação de contas, equidade e a responsabilidade corporativa.

E qual a relação do Direito com a Governança? O Direito e a governança estão profundamente conectados, formando o alicerce para decisões éticas, transparentes e sustentáveis nas empresas e organizações. A governança corporativa, enquanto estrutura que orienta as relações entre sócios, conselhos, gestores e demais stakeholders, depende de sólidos instrumentos jurídicos. Esses instrumentos garantem conformidade, mitigam riscos e promovem a responsabilidade corporativa. Por meio de contratos, estatutos sociais, acordos de acionistas, políticas de compliance e códigos de conduta, o Direito estabelece os limites e as diretrizes que asseguram a integridade das operações. Além disso, ao integrar princípios como transparência, equidade e prestação de contas, o Direito reforça a confiança dos investidores, protege os interesses dos colaboradores e preserva a reputação da organização perante a sociedade. Afinal, evitar e prevenir demandas judiciais também é uma forma de operacionalizar a governança.

Nesse contexto, não só os líderes e gestores, mas também e, principalmente, o Conselho devem ser resilientes e sensíveis para identificar quando a estratégia se tornou obsoleta. Nesse momento, é preciso alterar o rumo e agir rapidamente para implementar as mudanças necessárias. A flexibilidade não deve ser exigida apenas dos funcionários, mas também dos líderes, que precisam abandonar pensamentos como “sempre foi assim e está funcionando”. Esse tipo de mentalidade, especialmente entre gestores tradicionais ou fundadores, pode levar a empresa ao fracasso.

Portanto, em um ambiente empresarial cada vez mais dinâmico e desafiador, o profissional do Direito ocupa um papel estratégico na governança. Ele é essencial para antecipar riscos, alinhar a organização às melhores práticas globais e transformar a conformidade e a gestão de riscos em ferramentas práticas. Esses elementos não apenas fortalecem a competitividade da empresa, mas também garantem sua sustentabilidade no longo prazo.