Do growth desenfreado à consciência empresarial
Nos meus anos de experiência no mundo dos negócios, tenho testemunhado uma evolução marcante na forma como as empresas operam e fazem negócios, e não estou falando somente de tecnologia. Esta é uma transição que vai além das métricas de crescimento puramente financeiro e mergulha na essência do propósito buscando uma relação consciente com todas as partes envolvidas. Esta transformação ainda está em processo, mas vem ganhando cada vez mais espaço quando as empresas entendem que no “mar sangrento” da concorrência, se diferenciar faz todo o sentido do curto ao longo prazo.
Uma das mudanças evidentes é a transição que algumas empresas já conseguem fazer do antigo growth, onde o crescimento vem de vender a qualquer custo e qualquer coisa para alguém, para o modelo de growth consciente, onde a aquisição de clientes vem de forma natural, impulsionada pela afinidade do consumidor, alinhada com a necessidade e possibilidade dele naquele momento, sem recorrer a fórmulas de gatilhos mentais.
Na Velha Economia, o mantra era “cresça ou morra”. As empresas estavam obcecadas pelo crescimento a qualquer custo, priorizando o faturamento em detrimento de outros valores fundamentais. Esse modelo de growth, que considero hoje ser ultrapassado, resulta em práticas comerciais questionáveis onde o consumidor é induzido a adquirir aquele produto de qualquer forma e os vendedores, a venderem de qualquer maneira. O foco estava no produto e na maximização dos lucros, sem considerar o impacto social e ambiental de suas operações além das relações de éticas que devem estar presentes em qualquer processo de compra.
Entretanto, a Nova Economia nos trouxe uma perspectiva diferente. Nesse novo momento, as empresas precisam reconhecer que o crescimento sustentável vai além dos números em um balanço financeiro. O growth consciente nasce do propósito e vai muito além do lucro, buscando criar valor compartilhado para todas as partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e comunidade.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Esse conceito está totalmente alinhado com os pilares do Capitalismo Consciente, como veremos a seguir. Podemos começar pelo pilar principal, que é justamente o propósito maior, que transcende a mera busca pelo lucro. As empresas conscientes entendem que seu papel na sociedade vai além de simplesmente gerar receita; elas têm a responsabilidade de contribuir para o bem-estar humano e o desenvolvimento sustentável do planeta. Essa mudança de mentalidade está levando as empresas a adotarem práticas mais éticas e responsáveis em todas as áreas de sua operação.
Outro aspecto fundamental do Capitalismo Consciente também se alinha com o growth consciente, que é a integração com os stakeholders. Em vez de uma abordagem centrada apenas nos acionistas, as empresas conscientes reconhecem a importância de todas as partes interessadas em seu sucesso. Isso inclui colaboradores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente. Ao estabelecer relacionamentos baseados na transparência, confiança e cooperação, as empresas podem construir uma base sólida para o crescimento sustentável a longo prazo.
O alinhamento continua quando falamos do pilar da cultura consciente, que é essencial para sustentar o growth consciente. Isso envolve criar um ambiente de trabalho onde os colaboradores se sintam valorizados, respeitados e engajados. A cultura sustenta esse processo, trazendo empatia, integridade e compromisso com o bem-estar de suas equipes e da sociedade como um todo.
Por fim, a liderança consciente é fundamental para impulsionar o growth consciente. Líderes que estão alinhados com os valores do Capitalismo Consciente utilizam seu poder e influência para promover uma cultura de responsabilidade social e ambiental em suas organizações. Eles são catalisadores de mudança, inspirando suas equipes a se dedicarem a um propósito maior e a fazerem a diferença no mundo.
Em resumo, a transição do growth ultrapassado para o growth consciente representa uma mudança fundamental na mentalidade empresarial. À medida que mais empresas adotem os princípios do Capitalismo Consciente teremos uma transformação profunda no mundo dos negócios e o sucesso passará a ser medido não apenas pelo lucro, mas também pelo impacto positivo que geram na sociedade.
Como estrategista de negócios na Nova Economia e conselheiro do Capitalismo Consciente, vejo com otimismo o futuro das empresas que abraçam essa nova abordagem. Elas não apenas prosperarão financeiramente, mas também deixarão um legado duradouro de sustentabilidade, ética e responsabilidade social para as gerações futuras.
Ouça a rádio de Minas