Happy (conscious) cities!

Na última semana, celebramos o Dia Mundial da Felicidade, uma data que já se tornou tradicional desde 2012, quando a ONU passou a divulgar o Relatório Mundial da Felicidade, que traz o ranking dos países mais felizes do mundo.
No resultado deste ano, não houve grandes surpresas: os países nórdicos continuam ocupando as primeiras posições. E o Brasil subiu do 49º para o 44º lugar na lista.
Há muitos anos me dedico ao estudo científico da felicidade, especialmente no contexto corporativo. No entanto, o tema só ganhou relevância nas organizações após o fenômeno da pandemia de Covid-19, devido ao aumento do sofrimento e adoecimento psíquico nas empresas. O que talvez muitos não saibam é o quão abrangente é a ciência da felicidade e como ela se relaciona com os temas da nova economia.
Hoje, gostaria de abordar um recorte específico desse tema: as “cidades felizes” e suas relações com o Capitalismo Consciente e os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança).
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As “happy cities”, ou “cidades felizes” em português, são ambientes urbanos que priorizam o bem-estar e a felicidade de seus residentes. Essas cidades vão além do foco tradicional no crescimento econômico e no desenvolvimento de infraestrutura, e enfatizam a qualidade de vida, a conexão social e o desenvolvimento sustentável.
O conceito de happy cities está intimamente relacionado aos princípios ESG e ao Capitalismo Consciente. Vejamos alguns aspectos dessa relação:
- Sustentabilidade Ambiental: As happy cities priorizam a proteção ambiental e a sustentabilidade. Elas investem em fontes de energia limpa e renovável, promovem a redução de resíduos e a reciclagem, e dão destaque aos espaços verdes e ao transporte público. Ao adotar práticas sustentáveis, essas cidades contribuem para um ambiente mais saudável e habitável para seus residentes. Vale ressaltar a importância do contato regular com a natureza para a promoção da saúde mental e do bem-estar. Durante a pandemia, muitas pessoas intensificaram o cultivo de plantas em suas moradias e a prática japonesa do “banho de floresta” ganhou força, já que seus benefícios foram comprovados pela ciência. É fundamental preservarmos os espaços verdes para que essas práticas sejam possíveis.
- Governança e Transparência: As happy cities priorizam uma boa governança e transparência. Elas possuem governos locais eficazes e responsáveis, que envolvem os cidadãos nos processos de tomada de decisão. Líderes conscientes promovem a transparência na administração pública, garantindo que os recursos sejam alocados de forma eficiente e ética. Ao praticar uma boa governança, essas cidades constroem confiança e credibilidade entre seus residentes e partes interessadas.
- Prosperidade Econômica: As happy cities reconhecem a importância de uma economia próspera, mas vão além do mero crescimento econômico. Elas incentivam práticas empresariais responsáveis e sustentáveis, que criam valor compartilhado para todos os stakeholders. Apoiam o empreendedorismo local, a inovação e a criação de empregos, ao mesmo tempo em que garantem salários justos e condições de trabalho decentes. Ao promover o capitalismo consciente, essas cidades contribuem para uma distribuição mais equitativa de riqueza e prosperidade econômica para todos.
- Bem-estar Social: Não menos importante, as happy cities priorizam o bem-estar e a felicidade de seus residentes. Elas investem em infraestrutura social, como saúde, educação e centros comunitários. Também promovem a inclusão, diversidade e coesão social, fomentando um senso de pertencimento e proporcionando oportunidades equânimes. Ao focar no bem-estar social, essas cidades contribuem para o “S” do ESG, promovendo uma melhor qualidade de vida e felicidade geral de seus residentes
Em suma, as happy cities são exemplos de como os pilares do Capitalismo Consciente, concretizados em práticas ESG, favorecem um ambiente urbano harmonioso, que vai além do crescimento econômico e contribui para uma sociedade mais inclusiva, equitativa e muito mais feliz.
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