Liderança humanizada: afetividade ou permissividade?
Uma revolução silenciosa no ambiente corporativo está em pleno andamento. A humanização das relações, antes vista como um detalhe secundário, agora ocupa o centro do palco. Este novo paradigma valoriza o bem-estar dos colaboradores e a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, equiparando sua importância aos resultados financeiros.
A Geração Z, crescendo em um mundo altamente conectado e consciente das questões sociais e ambientais, valoriza a transparência, a diversidade e a qualidade de vida atrelada às demandas profissionais. Essa mudança de mentalidade redefine o jeito de liderar. Com várias gerações no trabalho, líderes focados apenas em resultados precisam ajustar suas abordagens para atender às expectativas dessa nova geração.
Na busca por se adaptar rapidamente a esse contexto de humanização, alguns líderes “erram na dose” e acabam se tornando permissivos. Recentemente, li um artigo que tipifica esse tipo de líder como “nutela”, defendendo que negócios não combinam com permissividade.
Como ninguém muda de um dia para o outro, o melhor caminho para esse ajuste, parafraseando Márcio Fernandes, é equilibrar Efetividade nos resultados com Afetividade nos relacionamentos.
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Mas seria possível fazer essa transição de forma orgânica? Acreditamos que sim. Seguem abaixo algumas recomendações que todo líder deve considerar para ser afetivo e efetivo, sem cair na permissividade:
• Comunicar-se mais frequentemente e profundamente com cada liderado, adotando uma abordagem individualizada e focando também na vida pessoal de cada um;
• Reconhecer erros publicamente, mostrando vulnerabilidade e gerando conexão genuína;
• Dar feedbacks pontuais e regulares, no momento certo, sejam eles positivos ou voltados ao crescimento;
• Delegar com contexto, evitando apenas repassar tarefas e demonstrando confiança na capacidade dos liderados;
• Confiar nos liderados até que provem o contrário; um bom líder não pode desconfiar por presunção.
Por tudo que expus, a busca desse equilíbrio parece-me um caminho sem volta. Uma alternativa segura para adotá-lo de forma consistente é pesquisar e entender as premissas do movimento mundial chamado capitalismo consciente. Este prioriza o bem-estar dos colaboradores, a sustentabilidade e a responsabilidade social, promovendo uma cultura organizacional que valoriza a transparência, a ética e a inclusão.
Não nos faltam referências seguras para essa mudança. O que talvez nos falte é a coragem de nos transformar. Ficará mais fácil tomar essa decisão se ficar claro que mais do que uma escolha, é uma questão de sobrevivência.
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