Lideranças precisam colocar as pessoas no centro das práticas de gestão
“Escolher entre cuidar ‘dos outros’ e o interesse próprio é como escolher entre inspirar e expirar.”
A frase acima, retirada da obra “Empresas que Curam”, do Professor Raj Sisodia, me trouxe grande alegria quando a li pela primeira vez. Após anos atuando como consultor de organizações por todo o mundo, era intuitivo que, por algum motivo que eu ainda não compreendia, empresas ao redor do mundo não estavam buscando resultados da melhor forma, focadas somente em seus interesses próprios. Como especialista em gestão organizacional, minha expertise sempre foi orientar essas empresas em processos e estruturas, metas e indicadores – assuntos predominantemente racionais.
Foi por meio do trabalho do Professor Sisodia e do contato com o movimento do Capitalismo Consciente no Brasil que eu finalmente compreendi o que me inquietava como jovem consultor: além das questões racionais, as emoções também desempenham um papel essencial na gestão – cuidar “dos outros” é vital.
Sisodia demonstrou que organizações conscientes, que cuidam de colaboradores, fornecedores, clientes e a sociedade em geral, entregam resultados financeiros superiores no longo prazo. Esse fato é corroborado pela pesquisa Melhores para o Brasil, da Humanizadas, onde se constatou que empresas conectadas aos anseios de seus stakeholders entregam um retorno 280% superior à média do Ibovespa em um período de 10 anos.
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Nesse contexto, as emoções ganham um papel crucial. Nossa razão nos leva até certo ponto, mas são as emoções que nos impulsionam adiante. Mesmo com dados claros mostrando o desempenho superior de empresas que se importam com seus colaboradores, clientes, fornecedores e a sociedade, muitos líderes ainda hesitam em adotar práticas mais conscientes.
Em um recorte focado nos colaboradores, práticas conscientes básicas podem incluir salários dignos, benefícios competitivos e participação nos lucros. Para os que já despertaram, é evidente que esses investimentos retornam maior performance e resultados. Chamamos isso de mentalidade de abundância. Já a visão de escassez, por outro lado, acredita que ao permitir que os colaboradores ganhem mais, o acionista perde.
Este é um chamado para que líderes empresariais tomem consciência da importância de colocar “os outros” no centro das suas práticas e adotem a mentalidade de abundância, acreditando que podemos vencer juntos, em um jogo de ganha-ganha. Pensar dessa forma pode ser tão simples quanto respirar: inspire, expire.
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