O dilema da sustentabilidade corporativa

Como executiva e empreendedora, tenho observado a crescente importância da liderança consciente no cenário corporativo atual. A busca por um mundo mais sustentável e justo não pode ser vista como modismo ou apenas uma responsabilidade ética, e sim como uma estratégia inteligente de negócios para o futuro. As organizações dos mais diversos setores desempenham um papel crucial no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e na implementação de práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG), não se esquecendo do aspecto econômico, é claro.

Ainda me deparo com líderes que ainda não pensam no futuro, apenas no resultado financeiro a curto prazo, e não entendem que, em uma visão de sustentabilidade, o pilar econômico é primordial e não antagônico. Nesta agenda precisamos inspirar e mobilizar equipes em torno de um propósito maior, que ressoe com os valores de sustentabilidade e responsabilidade social. Segundo uma pesquisa da Deloitte, 77% dos líderes empresariais acreditam que o propósito de suas organizações é fundamental para o sucesso comercial.

Engajar equipes em torno dessas iniciativas é um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das maiores oportunidades. Um estudo da Gallup revela que empresas com altos níveis de engajamento dos funcionários têm 21% mais lucro e um relatório do Pacto Global da ONU destaca que empresas que adotam práticas sustentáveis têm 60% mais chances de atrair talentos de alta qualidade. Quando empresas adotam práticas sustentáveis, elas não apenas melhoram sua reputação e desempenho financeiro, mas também contribuem para o desenvolvimento de seres humanos, Brasil e um mundo melhores.

No entanto, é crucial reconhecer que as agendas ESG estão sujeitas a retroações, especialmente diante de pressões econômicas e políticas que estamos sofrendo na atualidade. A resistência pode surgir quando os custos são percebidos como altos ou quando os benefícios e resultados não são imediatamente visíveis. Neste caso a liderança precisa se posicionar de maneira clara e decisiva, comunicando e demonstrando que a sustentabilidade não é um custo, mas um investimento estratégico para o futuro.

Sendo assim, a tomada de consciência da liderança e suas decisões são vitais para o sucesso das iniciativas de sustentabilidade organizacional. Acredito firmemente que líderes têm o poder de inspirar mudanças significativas, transformando desafios globais em oportunidades para um futuro mais humano, próspero e sustentável. E o que precisamos para que isso aconteça? Atitude consciente dos nossos líderes!