As organizações “Teal” e o Capitalismo Consciente
Diversos fatores levam à necessidade de reinventar as organizações, seja se adaptar a um ambiente em rápida mudança, atender às expectativas de uma força de trabalho em evolução, inovar constantemente, abordar desafios de sustentabilidade, aproveitar as oportunidades da transformação digital, gerenciar a globalização ou atender a padrões mais elevados de ética e transparência. Essa reinvenção não é apenas sobre mudar estruturas e processos, mas também sobre transformar a cultura e a mentalidade organizacional.
Um livro, “Reinventando as Organizações”, de Frederic Laloux, é considerado uma obra significativa no campo da gestão e desenvolvimento organizacional. Laloux explora o conceito de evolução das organizações através de diferentes paradigmas históricos, identificando o que ele chama de organizações “Teal” como o futuro da gestão. Essas organizações são caracterizadas por três elementos principais: autogestão, integralidade e propósito evolutivo.
Por sua vez, o Capitalismo Consciente é um movimento que enfatiza uma abordagem empresarial centrada em propósitos mais elevados que visam beneficiar todas as partes interessadas, ou stakeholders, incluindo colaboradores, clientes, fornecedores, a comunidade e o meio ambiente, além dos acionistas. Esse movimento busca promover maior equidade, responsabilidade social e um equilíbrio entre lucratividade e propósito.
Os ensinamentos do livro “Reinventando as Organizações” estão alinhados com o Capitalismo Consciente de várias maneiras:
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- Autogestão: Laloux fala sobre organizações operando com menos hierarquia e mais autonomia para os funcionários. Isso se alinha com o princípio do Capitalismo Consciente de promover uma cultura de confiança e transparência. A autogestão incentiva os funcionários a se alinharem com o propósito maior da empresa, contribuindo para o bem-estar geral.
- Integralidade: Laloux aborda a importância de criar um ambiente onde todos possam trazer suas personalidades completas para o trabalho, incluindo suas emoções e espiritualidade. Isso complementa a ideia do Capitalismo Consciente de que as empresas devem se preocupar com o bem-estar e o desenvolvimento integral de seus funcionários. Promover a integralidade no local de trabalho pode levar a uma força de trabalho mais motivada, saudável e engajada.
- Propósito evolutivo: No livro, é discutido o conceito de organizações que têm um propósito claro e evolutivo, além de lucratividade. Isso se alinha com a ideia central do Capitalismo Consciente de que as empresas devem servir a propósitos maiores que beneficiem a sociedade. A integração de um propósito evolutivo incentiva as empresas a serem mais inovadoras, adaptáveis e conscientes em suas práticas comerciais.
Além disso, as organizações “Teal” são vistas como inovadoras em suas práticas de tomada de decisão, muitas vezes utilizando abordagens coletivas e integrativas. Isso se alinha com a abordagem do Capitalismo Consciente, que enfatiza o equilíbrio entre os interesses de todas as partes interessadas e promove soluções mais holísticas e sustentáveis. Diversas empresas adotaram esses princípios transformacionais, como Netflix, Iberdrola e WholeFoods.
Esses princípios transformacionais das organizações “Teal”, além de inovadores e alinhados com os pilares do Capitalismo Consciente, buscam transformar a maneira como os negócios e os investimentos são conduzidos, promovendo uma maior consciência e um propósito mais profundo nas atividades empresariais.
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