“We Are The World”, “We Are Capitalismo Consciente”!
O documentário “A Noite que Mudou o Pop”, disponível na plataforma Netflix, é extraordinário. Uma verdadeira aula de gestão na qual podemos facilmente visualizar os pilares do Movimento Capitalismo Consciente em prática, bem como a importância desses pilares para a conclusão exitosa do projeto.
A película retrata os bastidores da gravação da icônica canção “We Are The World”, gravada em janeiro de 1985, em Los Angeles. O encontro reuniu 46 grandes ídolos do pop à época, como Michael Jackson, Lionel Richie, Ray Charles, Tina Turner, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Cindy Lauper e muitos outros para participar do projeto beneficente “USA for Africa”.
Um ousado e desafiador projeto para ser colocado de pé, com prazo e orçamento para lá de desafiadores, que tinha o nobre objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na África que, à época, vitimava cerca de 1 milhão de pessoas por ano.
Não é necessário assistir o documentário com muita atenção para rapidamente perceber a forte presença de alguns pilares do Movimento Capitalismo Consciente e como esses pilares foram fundamentais para o sucesso da empreitada.
O Capitalismo Consciente é um movimento global que se originou nos Estados Unidos e tem como objetivo elevar a consciência das lideranças para práticas empresariais baseadas na geração de valor para todos os stakeholders. Empresas que atuam alicerçadas nos pilares do Capitalismo Consciente – Propósito Maior, Cultura Consciente, Liderança Consciente e Orientação para Stakeholders – geram também valor intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e até mesmo espiritual a todas as partes interessadas do negócio, sem prejuízo à geração de lucros a investidores e acionistas.
Em outras palavras, empresas que abraçam o Movimento fazem entregas e geram valores muito maiores e mais relevantes para a sociedade, curando uma dor e deixando um legado para o mundo.
O projeto “USA for Africa” tinha o elevado propósito de arrecadar fundos para combater a fome na África, uma grande dor da nossa sociedade à época, que apesar de todos os esforços, ainda não foi curada até os dias atuais.
Foi esse o Propósito Maior que fez com que tantos astros do pop embarcassem no ousado e arriscado projeto. O propósito era tão relevante, que fez com que esses artistas atravessassem a noite, vencendo o cansaço e gravando à exaustão versos e refrões de uma canção, que até aquele momento era uma grande incógnita para todos eles.
A grandeza do propósito ultrapassou as paredes do estúdio e contagiou bilhões de pessoas à época, que se engajaram na causa, que segue viva até os dias atuais, quando passados quase 40 anos daquela transformadora noite.
Outro pilar do Capitalismo Consciente presente em vários momentos do filme é a Liderança Consciente. Líderes Conscientes são os responsáveis por servir ao propósito da organização e cultivar uma Cultura Consciente de confiança e cuidado.
Esse foi o papel exercido com destaque e maestria pelo produtor musical Quincy Jones, mas também e, principalmente, por Lionel Richie.
Durante a etapa de planejamento para a gravação, Jones convocou o arranjador vocal Tom Bahler para lhe auxiliar na tarefa de selecionar a ordem de entrada dos intérpretes na canção, bem como definir aqueles que fariam os solos e aqueles que interpretariam os coros e refrões.
Apesar do exíguo prazo que teve, Bahler fez um trabalho primoroso. Escutou gravações de todos os artistas e definiu a quem caberia cantar cada parte da música. Teve o cuidado também de colocar os artistas em grupos dentro do estúdio, visando facilitar e estimular a interação entre eles. Essa etapa foi fundamental para o sucesso do projeto. Assim também deve ocorrer no ambiente corporativo. É primordial que os líderes conheçam as competências técnicas de seus times e os coloquem na posição correta, formando uma equipe consciente do papel de cada integrante no projeto.
Coube a Lionel Richie ainda exercer o papel de líder humano. Richie adotou um estilo de liderança próxima e colaborativa, se juntando aos demais participantes do projeto, quebrando muros e solucionando os desconfortos que surgiram ao longo da noite.
Ser um líder próximo e cooperativo com a equipe, que usa a hierarquia não como uma forma de poder, mas como um catalisador na busca das melhores soluções para os dilemas corporativos, faz parte do exercício da Liderança Consciente.
O filme nos mostra como uma cultura de baixa hierarquia, na qual o líder é apenas mais um integrante da equipe, é capaz de entregar resultados extraordinários para os desafios das organizações.
Diversidade e inclusão também estão retratadas na película. Ao selecionarem um time diverso e inclusivo, Jones e Richie demonstraram a enorme força de uma equipe diversa e com talentos complementares. A diversidade de raça e de gênero, somada aos contrastantes acordes vocais, conferiram uma enorme e intangível riqueza para o projeto. A alma da canção reside no belo conjunto formado pela diversidade do elenco!
Todo esse ambiente faz com que tenhamos a impressão de que estamos diante de um grupo de amigos que, de forma alegre e descompromissada, cantam uma canção pela madrugada. Dentro do estúdio, despidos de seus egos, eram todos integrantes de um time, sintonizados a um propósito maior, em uma atmosfera humana e acolhedora.
O choro de Diana Ross ao final, desejando que aquele momento não tivesse fim, mostra a forte e verdadeira conexão criada entre o grupo naquela noite.
“We Are The World” foi um estrondoso sucesso! Mais do que arrecadar milhões de dólares para o combate à fome na África, mobilizou o mundo para a causa, tornando-se um marco das lutas dos artistas para diminuir o sofrimento ao redor do mundo.
Um Propósito Maior e Lideranças Conscientes são fundamentais para levarmos o time a alcançar resultados extraordinários e construir legados. Essa é a razão de existir do Movimento Capitalismo Consciente.
Embarque conosco nessa jornada para transformar a maneira de fazer negócios no mundo, multiplicando os pilares que levam a uma gestão mais humana, mais ética e mais sustentável.
Ouça a rádio de Minas