21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres

Nos últimos anos, a violência contra as mulheres tem se tornado um tema de grande relevância, não apenas do ponto de vista social, mas também econômico. No Brasil, a campanha ocorre anualmente nos 21 dias entre 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e 10 de dezembro, com o objetivo de demarcar a intersecção entre raça e gênero, uma vez que o número de mulheres negras vítimas de violência é enorme e elas são impactadas tanto pelo machismo quanto pelo racismo.

A ONU, por meio da campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres“, reforça a necessidade urgente de investimentos em políticas de prevenção. Contudo, para além das ações governamentais, o setor privado tem um papel crucial a desempenhar nessa luta. Mas por que as empresas deveriam se engajar?

A violência de gênero tem impactos devastadores para a economia. Segundo estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o custo da violência doméstica pode representar até 2% do PIB de alguns países. Esses custos incluem a perda de produtividade, com mulheres que faltam ao trabalho, trabalham menos horas ou são incapazes de desenvolver suas carreiras devido ao ambiente abusivo em que vivem.

Além disso, as economias são prejudicadas pela necessidade de realocar recursos para serviços de saúde e justiça que tratam das consequências da violência, em vez de usá-los para investimentos produtivos.

A cada ano, mais empresas têm compreendido que esses números significam que a violência contra a mulher é também um desafio de gestão, de sustentabilidade e, por fim, de lucros, e aderido à campanha dos 21 dias. Quem sai ganhando também é a reputação corporativa. Segundo o Harvard Business Review, marcas que se posicionam em questões sociais, como o combate à violência, tendem a conquistar maior lealdade dos consumidores.

Cinco dicas práticas para empresas que querem aderir à campanha

Como diz o ditado: quando uma mulher avança, ninguém fica para trás. Por isso, selecionamos cinco dicas práticas para ajudar sua empresa a aderir à campanha dos 21 dias e promover a conscientização e o combate à violência de gênero:

1) Treinamento e Sensibilização: Ofereça palestras e workshops para todos os níveis hierárquicos, conscientizando sobre a violência de gênero, os impactos econômicos e sociais, e formas de identificação e acolhimento às vítimas.

2) Canais de Apoio e Parcerias: Desenvolva parcerias com ONGs e instituições que oferecem apoio a mulheres vítimas de violência e crie canais de comunicação confidenciais dentro da empresa para que as colaboradoras possam buscar auxílio sem medo de retaliação.

3) Flexibilidade no Trabalho: Muitas vítimas de violência encontram dificuldades em cumprir horários rígidos devido à necessidade de atender a demandas judiciais ou de saúde. Oferecer flexibilidade de horário ou home office nesses casos pode ser uma forma de apoio direto.

4) Fomento à carreira de mulheres e ações para equidade de gênero: Promover a equidade de gênero no ambiente de trabalho pode diminuir a violência estrutural, contribuir para o empoderamento das mulheres e evitar a perpetuação de estigmas e comportamentos abusivos dentro da própria empresa.

5) Ajuda especializada: a violência contra a mulher é uma questão complexa, por isso, é importante contar com suporte de especialistas nas pautas de gênero e assuntos relacionados para garantir a profundidade e responsabilidade necessárias na tratativa do assunto.