Chiccas - Estratégias para Equidade

Como sua empresa pode participar da purple economy, a quinta maior economia do mundo

No Brasil, a economia do cuidado equivale a 11% do Produto Interno Bruto

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existe uma economia que equivale a US$ 10,8 trilhões, ficando atrás apenas dos PIBs da China, Estados Unidos, União Europeia e Índia. A purple economy (economia púrpura), também por vezes referida como economia do cuidado, recebe esse nome em função da cor adotada por muitos movimentos feministas, por representar atividades exercidas majoritariamente por mulheres.

No Brasil, a economia do cuidado equivale a 11% do Produto Interno Bruto, superando a indústria de transformação e alcançando mais que o dobro dos resultados do agronegócio, por exemplo. Os números e impactos destas atividades no funcionamento das demais economias são tão significativos que, no último dia 15, foi aprovada na Câmara dos Deputados a entrada da economia do cuidado no cálculo oficial do PIB nacional. De acordo com a Agência Câmara de Notícias, outras três comissões vão analisar a proposta, que depois seguirá para o Senado.

A economia do cuidado é um conjunto de atividades invisíveis, mas que são fundamentais à sustentabilidade da vida e da organização da forma como vivemos. Estas atividades envolvem muitas horas e tempo dedicado, e incluem limpar a casa, fazer comida, lavar as roupas, amamentar, cuidar das crianças, dos idosos e das pessoas doentes da família, entre outras prestações de serviço à família e à comunidade.

Do ponto de vista do poder público, a proposta é que a economia do cuidado seja calculada em uma conta vinculada (satélite) ao Sistema Nacional de Contas, utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para aferir o desenvolvimento econômico e social do País, com o intuito de ajudar a definir e implementar políticas públicas.

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ONU faz um chamado à economia do cuidado

Um relatório apresentado no dia 2 de julho ao Conselho de Direitos Humanos, das Nações Unidades, proposto pelo relator Olivier De Schutter, pediu remuneração às 16,4 mil horas globais diárias de trabalho doméstico ou cuidado não remunerado, que envolvem principalmente as mulheres, tendo como principal medida a fixação de salários-mínimos.

Outras estratégias propostas pelo relatório dialogam diretamente com a adoção de políticas de equidade por parte das empresas, como a ampliação da licença parental, que é uma discussão ainda pouco compreendida pela maioria das pessoas.

É preciso pensar que a integração efetiva das mulheres no mercado de trabalho depende diretamente de uma mudança do nosso modelo socioeconômico. Uma sociedade mais horizontal e igualitária, onde o trabalho de cuidados seja melhor distribuído, e neste sentido, os pais poderem tirar licenças maiores e exercerem sua função paterna de maneira mais equilibrada com as mães, é essencial.

Muitas empresas têm debatido a pauta do ESG e se interessado em construir uma economia mais verde, por isso, o nosso convite desta semana é adicionar também a cor púrpura a este arco-íris de sustentabilidade. Mostrando que organizações podem, por meio de ações simples, ser promotores diretos de grandes transformações culturais na nossa sociedade.

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