Flores, chocolate e equidade: por um Dia da Mulher que faça sentido

Estamos em fevereiro e já podemos sentir a aproximação do Dia Internacional da Mulher: os e-mails de promoção começam a pipocar, as floriculturas se abastecem, os brindes corporativos são encomendados. Um clássico. Mas e se, neste ano, as empresas decidissem ir além do óbvio e fizessem algo que realmente importasse?

Não, não é um problema ganhar presente. Todo mundo gosta de um mimo. Mas o que as mulheres querem – e precisam – não se resolve com um vasinho de suculenta na mesa ou com uma caixa de bombons. Oito de março é uma data política, que nasceu da luta das mulheres por direitos e equidade. Se as empresas querem marcar a ocasião, que tal promoverem ações que realmente impactem suas colaboradoras e a sociedade?

A primeira pergunta que as organizações precisam se fazer é: qual o nosso compromisso com a equidade de gênero? Se a resposta não for clara e embasada, então o Dia da Mulher pode ser a oportunidade perfeita para iniciar esse diálogo.

Aqui vão algumas sugestões para sair do clichê e tornar a data um motor de transformação:

1. Diagnóstico e Compromisso Real: Em vez de brindes, que tal um levantamento interno sobre a equidade de gênero na empresa? Como estão as oportunidades? quais as necessidades das mães e dos diferentes perfis de mulheres que trabalham na organização? A partir desse diagnóstico, estratégias de promoção da equidade de gênero poderão ser traçadas.
   
2. Mentoria e Desenvolvimento: Criar programas internos de mentoria para mulheres, conectando-as com lideranças femininas dentro e fora da empresa, pode ser uma maneira concreta de impulsionar carreiras.
   
3. Políticas de Apoio: Oferecer licenças parentais igualitárias para homens e mulheres, criar redes de apoio para mães e implementar horários flexíveis são ações que demonstram compromisso verdadeiro.
   
4. Mulheres na Liderança: Se a empresa ainda tem uma gestão majoritariamente masculina, que tal estabelecer metas para mudar esse cenário?
   
5. Diálogos Abertos: Promova palestras, rodas de conversa e outras ações que tragam visibilidade para as experiências e dificuldades das mulheres no ambiente de trabalho. Muitas vezes, o diálogo é o primeiro passo para mudanças significativas.
   
6. Impacto Social: Apoie financeiramente projetos que promovam a autonomia de mulheres em situação de vulnerabilidade e invista em quem realmente precisa.

Empresas que desejam ser relevantes precisam entender que as mulheres não querem só homenagens, querem respeito, oportunidades e ações concretas. No fim do dia, um ambiente de trabalho mais justo e igualitário é o presente mais duradouro que se pode ter.