Quem tem medo do Mês do Orgulho?

Em junho de 1969, após mais uma batida policial violenta no bar Stonewall Inn, em Nova York, um dos poucos espaços seguros para pessoas LGBT+ na época, um grupo de pessoas decidiu que não fugiria mais. Travestis, lésbicas, gays e outras pessoas que viviam na margem disseram “chega”. O que começou como uma rebelião contra a violência se transformou em símbolo de resistência no mundo todo. Foi assim que nasceu o Mês do Orgulho: um lembrete anual de que ninguém deveria ter que se esconder para existir.
Avançamos muito desde então, mas a cada junho, ainda vemos empresas e marcas que se encolhem. Ou se escondem atrás de silêncios calculados. Ou que postam a logo colorida, mas, por dentro, seguem sustentando culturas excludentes.
Há quem ainda trate a diversidade como “assunto delicado”. Ou ainda acredite que demonstrar respeito pode “afastar clientes”, mas aqui vai um dado que precisa entrar na pauta da estratégia de qualquer negócio: a comunidade LGBT+ movimentou mais de R$ 10,9 bilhões em compras no varejo e e-commerce no último ano. E não é só volume, é perfil: o ticket médio dessa população é 27% mais alto que a média nacional.
Em Belo Horizonte, mais de 30% do público do Carnaval é LGBT+, e a cidade é hoje o segundo maior destino LGBT do Brasil. Isso é relevância econômica. Isso é protagonismo. As empresas mineiras, do pequeno comércio aos grandes grupos,f estão diante de uma escolha: ou seguem ignorando esse público por medo, ou passam a olhar para ele com o respeito e o planejamento que qualquer cliente merece.
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Não é difícil começar. Mas é preciso verdade. Aqui vão algumas rotas possíveis:
Adote práticas internas inclusivas. Nome social, benefícios igualitários, comunicação sem estereótipos e mecanismos reais de escuta e acolhimento de denúncias.
Ofereça formação e sensibilização. As equipes, e especialmente as lideranças, precisam ser preparadas para lidar com temas como identidade de gênero, orientação sexual, discriminação e linguagem respeitosa.
Apoie o território. Em BH, temos coletivos, eventos e circuitos culturais LGBT+ em todas as regiões da cidade. Parcerias com iniciativas locais demonstram compromisso com a comunidade e ampliam o impacto da sua marca.
Seja coerente. O consumidor está atento. 69% das pessoas LGBT+ afirmam que preferem comprar de empresas que demonstram apoio real à causa. E entre os clientes heterossexuais, esse índice também cresce: 38% dizem optar por marcas inclusivas. Inclusão é valor. E fideliza.
Na CHICCAS, dizemos sempre que inclusão se faz na prática. E ela começa com disposição para escutar, rever posturas e assumir o compromisso com o respeito, não apenas no mês de junho, mas em todos os dias do ano.
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