Confira quais são as tendências ESG para 2025

Já estamos na contagem regressiva para a COP30, que será realizada em Belém, no estado do Pará, em 2025. O evento, que volta os olhos do mundo para a Amazônia, o coração pulsante do debate ambiental global, traz consigo uma grande oportunidade para as empresas brasileiras que querem alavancar suas estratégias ESG e se reposicionarem nesta conversa.

Uma conexão não tão óbvia à primeira vista é a relação entre sustentabilidade e equidade de gênero, no entanto, segundo um relatório recente da ONU de 2024, especialmente em comunidades vulneráveis, são as mulheres que estão na linha de frente das respostas aos desastres ambientais, liderando iniciativas locais para conservação de recursos, uso sustentável da terra e resiliência climática.

Estes dados mostram que incorporar perspectivas femininas ao planejamento empresarial pode potencializar soluções inovadoras e inclusivas diante das crises climáticas.

O Cenário Global

A última década foi marcada por discussões sobre a promoção da equidade de gênero, com empresas de todo tipo estabelecendo metas, comunicando publicamente seus compromissos e tornando a pauta um diferencial de marca.

No entanto, ao que tudo indica, é de fato em 2025 que o mercado pretende alcançar o seu ponto de virada, com movimentos de transformação mais significativos em três frentes principais:

1- Igualdade Salarial e Transparência
A diferença salarial de gênero continua sendo uma ferida aberta. Para 2025, espera-se que o tema da transparência ganhe força. Algumas empresas, como a Mondelez, já publicam anualmente seus relatórios salariais e muitas delas já estabeleceram metas de redução das disparidades. 

2- Liderança Feminina e Diversidade nos Conselhos
A presença de mulheres em cargos de liderança tem se revelado uma estratégia de diferenciação e sobrevivência para muitas organizações. Empresas com maior representatividade de gênero nos conselhos têm desempenho financeiro superior e países como a Noruega já despertaram para o fato e já exigem 40% de mulheres em conselhos de grandes corporações. 

3- Inclusão Interseccional
A equidade de gênero em 2025 não será apenas sobre homens e mulheres: será sobre pluralidade. Mulheres negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e outros recortes estarão no centro das discussões. A interseccionalidade será uma tendência fundamental para empresas que desejam liderar com propósito.

Uma nova narrativa para as empresas

A COP30 não é só um evento ambiental. É uma oportunidade para que as empresas brasileiras mostrem ao mundo que podem ser parte da solução– e não do problema. Se bem aproveitada, essa janela pode redesenhar os paradigmas corporativos no Brasil e ajudar a construir um país mais sustentável e verdadeiramente inclusivo, por isso, aqui estão algumas ações que devem estar no radar de organizações de todos os tipos:

1- Assuma compromissos públicos

Antes mesmo da COP30, declare um compromisso claro com a equidade de gênero. Estabeleça metas específicas, como aumentar o número de mulheres em posições de liderança ou eliminar a desigualdade salarial. Mas vá além do discurso: crie indicadores de desempenho para acompanhar essas mudanças.

2- Faça parcerias com organizações locais

Empresas podem se unir a ONGs e movimentos sociais que promovem a equidade de gênero, especialmente aqueles atuantes na Amazônia. Essas parcerias não apenas ampliam o impacto social, mas também mostram um compromisso genuíno com as pautas ESG.

3- Promova educação e treinamento

Promova workshops e treinamentos sobre liderança feminina, diversidade e inclusão. Além de desenvolver talentos, isso fortalece o elo entre o discurso corporativo e a prática.

4 – Invista em inovação com foco em inclusão

Apoie projetos de inovação liderados por mulheres ou que beneficiem comunidades vulneráveis. Esses projetos podem abordar desde soluções sustentáveis para a economia circular até tecnologias de mitigação climática.

5- Esteja presente na COP30

Use a COP30 como palco para compartilhar histórias de sucesso e boas práticas em ESG e equidade. Mais do que um exercício de reputação, essa presença ativa posiciona sua empresa como protagonista no debate.