Confiança financeira: modelo fiduciário de assessorias é tendência para investidores
Fidúcia. Palavra vinda do latim, que significa confiança ou segurança. Assessorias financeiras que trabalham com o modelo fiduciário no Brasil ainda são uma novidade, mas bastante positiva, afinal, coloca-se o interesse do cliente como objeto principal do plano de investimento.
O Brasil começa a experimentar um ajuste no modelo de remuneração do assessor de investimentos. E isso, não é reinventar a roda, é apenas popularizar algo que já é tão comum em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, nos quais o modelo de atendimento já migrou amplamente para o fiduciário. Nele, o assessor não é remunerado por comissões diferentes para cada produto em que seu cliente investir, mas sim pelo seu trabalho técnico desenvolvido, por meio de uma taxa fixa mensal, independentemente do produto consumido pelo cliente. Com isso, o investidor passa a ter uma relação de confiança com seu assessor.
No caso do Brasil, ainda somos um país que, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), tem 25% de sua população investindo apenas na poupança. Há um amplo desconhecimento da matéria, mais ainda, do modelo de remuneração do assessor de investimentos. Nesse cenário, abster-se de conflitos de interesse gerados pela cobrança por produto, torna-se urgente.
Essa prática difere muito do que se vê no mercado brasileiro: assessores atuando como vendedores de produtos financeiros, sem qualquer alinhamento aos objetivos dos seus clientes.
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Os vários produtos financeiros que existem no mercado têm remunerações muito distintas. Ao trabalhar com uma taxa fixa, quando o cliente enriquece, o assessor de investimentos também passa a ganhar mais, afinal ganha um % sobre seu patrimônio. Então, o cliente procura o assessor financeiro para ficar mais rico e precisa achar um modelo que isso também seja o interesse direto do assessor. A relação de confiança entre o assessor financeiro e seu cliente precisa ser profunda. Você confia no seu assessor financeiro atualmente?
Geralmente, a resposta deveria ser não – e com razão.
Investir é algo muito contraintuitivo, e por isso, os clientes são muitas vezes traídos pelos seus vieses. O papel do bom assessor de investimentos é trazer clareza e racionalidade para esse processo de maneira estruturada, por meio de um bom planejamento financeiro.
Gastar é ótimo, mas se não estamos gastando todo o nosso dinheiro hoje é porque tem algo no futuro que nos importa muito mais. Mapear quais são esses objetivos e ter um plano claro para chegar lá é fundamental.
A boa notícia é que o mercado vem se atentando para a importância da transparência no serviço do assessor financeiro. Uma melhoria recente foi a instituição da Resolução CVM 179 que exige que as instituições financeiras disponibilizem, no momento do investimento, informações sobre remunerações, como valores gerados por cada produto consumido.
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