Construindo o amanhã

Educar para decisões que duram no tempo

Ensinar para o futuro é tratar o aprendizado como um ciclo

Formar para o futuro não é empilhar conteúdos novos num currículo antigo. É ensinar a decidir bem, quando a pressão aperta, quando o dado é imperfeito e quando o curto prazo grita mais alto do que o propósito. Liderança, no fim, é a qualidade das decisões ao longo do tempo. E o tempo aqui não é o trimestre, é um horizonte capaz de sustentar valor, relações e reputação.

Desde a concepção da nossa graduação da FDC, buscamos transformar princípios em critérios de decisão: sentido do que se faz, responsabilidade por quem é afetado, coerência entre discurso e prática e uma cultura que protege o essencial quando a pressão aumenta. Esse compromisso aparece, por exemplo, na disciplina Capitalismo Consciente, parte do currículo obrigatório, mencionada recentemente em um artigo do Brazil Journal. Mais do que a nomenclatura, importa a prática diária: escolher, medir e ajustar com consistência.

Dois riscos rondam essa agenda. O primeiro é a miopia: otimizar o agora e comprometer o depois. O segundo é o verniz: falar bonito e entregar pouco. Educação séria não elimina dilemas; ensina a navegá-los. Isso pede problemas reais, métricas que importam e coragem para discutir trade-offs: quando um ganho exige renúncia em outra ponta, quando um benefício econômico pressiona um custo social, quando dizer “não” preserva a integridade.

O que cada parte pode fazer amanhã para educar para o futuro?

Faculdades

Fazer o que estamos fazendo: trazer disciplinas que tratem do tema (Capitalismo Consciente, Sustentabilidade, Ética), com vivências e experiências reais que mostrem a relevância do assunto. Avaliar pelo impacto observado, pela análise crítica e qualidade da decisão.

Empresas

Firmar parcerias com as faculdades: abrir problemas concretos para estágios, TCCs e residências; compartilhar dados quando possível; oferecer mentoria e feedback transparente. 

Jovens líderes

Entender que não se trata de polarização ou de “escolhas políticas”, mas da realidade do mundo em que vivemos. Aprender sem viés, buscar fontes sérias, entregar-se ao aprendizado de forma madura e coerente com o futuro que se espera liderar.

Na prática, educar para o futuro é tratar o aprendizado como um ciclo: identificar o que é material, prototipar soluções, medir efeitos, comunicar com clareza, ajustar e recomeçar. 

Se há uma síntese, é esta: “capitalismo consciente” só fará sentido se virar competência consciente. Menos promessa, mais execução; menos rótulo, mais aprendizado mensurável. Tornar o tema obrigatório no currículo é um passo. O essencial é que ele se torne critério de decisão: em sala, no conselho e na rua. O longo prazo agradece. E o presente também.

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