Construindo o amanhã

Quem lidera nunca para de aprender

Aprendizado verdadeiro exige mais do que informação: requer reflexão, prática e troca

Vivemos em um tempo em que o conhecimento envelhece rapidamente. O que aprendemos hoje pode se tornar irrelevante amanhã. Nesse cenário, a habilidade de “aprender a aprender” tornou-se essencial para quem deseja liderar no futuro.

Não se trata apenas de acumular diplomas ou decorar fórmulas, mas de manter a mente aberta, a curiosidade ativa e a disposição constante para evoluir.

A nova geração já percebe isso mas, muitas vezes, busca apenas caminhos rápidos: vídeos curtos, conteúdos de redes sociais, promessas de transformação em três dias. Há cursos que se vendem como MBAs em um fim de semana. Embora alguns desses formatos possam ter valor em determinadas situações, o risco é criar uma cultura que valoriza a velocidade e esquece a profundidade.

Aprendizado verdadeiro exige mais do que informação: requer reflexão, prática e troca. Isso pode e deve acontecer de muitas formas, não só em cursos formais, mas também em boas leituras, no dia a dia do trabalho, em conversas com quem tem mais experiência. O problema é que, com tanta pressa, estamos lendo menos, refletindo menos e absorvendo tudo de forma cada vez mais rasa.

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Cursos mais longos, como uma graduação, continuam sendo fundamentais não apenas pelo conteúdo técnico, mas pela formação ampla que promovem. É onde se aprende a pensar criticamente, a conviver com a diferença, a sustentar ideias com consistência e a se desenvolver como pessoa. Nenhum vídeo de dois minutos ensina isso.

Segundo o Relatório Futuro do Trabalho 2025, do Fórum Econômico Mundial, habilidades como pensamento analítico, resiliência e alfabetização tecnológica estão entre as mais demandadas no mercado. Essas competências não são desenvolvidas da noite para o dia, mas através de um processo contínuo de aprendizado e adaptação.

Essa visão já era antecipada pelo futurista e escritor Alvin Toffler, autor de “O Choque do Futuro”. Ele dizia: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas aquele que não pode aprender, desaprender e reaprender.” Toffler nos lembra que, diante de um mundo em constante transformação, a flexibilidade para atualizar ideias e rever verdades é tão importante quanto o conhecimento em si.

Líderes do futuro precisarão saber equilibrar a agilidade para se atualizar com a profundidade que dá sustentação. Aprender rápido, sim, mas com base. Atualizar-se sempre, mas sem renunciar àquilo que forma caráter, visão e discernimento.

A boa notícia é que essa mentalidade pode ser cultivada. Porque quem lidera, de verdade, entende que não existe ponto final no aprendizado: apenas vírgulas que nos levam ao próximo passo.

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