Precisamos humanizar, com coragem e ousadia

Cada vez mais, em nosso dia a dia, temos usufruído da aplicação da tecnologia em tudo o que fazemos: das coisas mais simples, como apagar a luz do nosso quarto por meio do comando de voz, às mais complexas, como no uso de inteligência artificial para proporcionar uma melhor experiência para o cliente. É importante lembrar que, mais do que aplicar, as empresas buscam – pelo menos as mais estratégicas – praticar a tecnologia. Afinal, pior do que não a ter, é ter e não usá-la de forma adequada. Neste ponto, as empresas de telecomunicação são recordistas; não é verdade? Suas abordagens com clientes – e até mesmo com prospects – costumam ser um verdadeiro show de horrores. Eu mesmo vivenciei, nas últimas semanas, situação parecida com a minha operadora de internet e TV a cabo, me ligando para oferecer um plano para que eu me tornasse cliente.
E aí eu me pergunto: para onde vão milhões de reais aplicados em softwares e inteligência das diversas esferas se, na prática, assistimos a uma situação lastimável dessa? Como digo constantemente: feito é melhor que perfeito. Mas esse é um exemplo prático que devemos ter cuidado. Você se prepara antes de falar com o seu cliente ou mesmo seus liderados ou líderes? Busca conhecer com profundidade o perfil do seu interlocutor? É com essa simples e importante atitude que nos diferenciamos dos robôs. Isso é praticar empatia. Se alguém vai parar para te ouvir, o que você tem a dizer é algo de fato importante para a vida dela? Cuidado para não entrar no piloto automático com scripts prontos, como os enfadonhos atendimentos de call center. Antes de lidarmos com sistemas de tecnologia, precisamos nos humanizar mais e, para isso, é preciso ter escuta ativa e sensibilidade com o outro. Isso sim, cada vez mais, tem sido buscado pelas empresas, pois é uma atitude que reflete os profissionais de sucesso. Do estagiário ao presidente, todos que desejam ter êxito profissional precisam se lembrar constantemente da importância da aplicação da tecnologia. Porém, mais relevante do que isso é saber como impactar vidas positivamente, por meio do nosso trabalho, da nossa escuta ativa, da comunicação não-violenta (CNV).
Se você quer ter cada vez mais destaque e relevância em sua trajetória profissional, saiba que é preciso também ter coragem e ousadia. Essas duas competências e habilidades são importantes para todo mundo: do estagiário ao presidente. Dentro das empresas sempre nos são solicitadas postura diferenciada e tomada de decisões ao longo do dia. Muitas delas nos geram, inclusive, medos. Mas, questionando o status quo, ou seja, como as coisas são feitas, e com sabedoria, é possível construir nossa jornada profissional com êxito.
A coragem é o oposto da inércia e da procrastinação, ou seja, é ação, é ver com clareza. Muitas vezes, aquilo que parece simples para algumas pessoas pode ser um verdadeiro desafio para outras. Por isso, não devemos menosprezar nenhum ato de coragem. Quando pensamos em alguém corajoso, quase sempre visualizamos pessoas que conseguem superar adversidades incontáveis em sua própria vida; não é verdade? E é claro que elas têm medo, mas são ousadas e tomam as decisões, sem se paralisarem.
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Ter ousadia é tomar decisões certas nos momentos certos, o que exige também muita cautela e autoanálise. E a melhor decisão é aquela tomada. Significa entender as consequências que as suas ações podem gerar e não esperar o mundo trazer as oportunidades, mas simplesmente criar novos caminhos. São muitos os sinônimos para ousadia: intrepidez, audácia, valentia, inovação e coragem. Todos esses sinônimos nos levam a fazer algo diferente e com foco no futuro. A ousadia começa cedo nas crianças quando elas se atiram ao desconhecido ou fazem algo proibido. Quando adultos, temos que ser ousados e corajosos para poder seguir nossos sonhos.
Ser ousado é a sua melhor chance de crescer como indivíduo a partir do momento em que você aprende a lidar com seus medos, sobretudo agrega sempre pessoas em suas decisões. Se estamos cada vez mais buscando empresas humanizadas em um ambiente de colaboração e cocriação, é importante lembrar que os resultados só serão alcançados criando engajamento, proporcionando diversidade e ação.
*CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group. É conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga | @prime.talent
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