Dia do Estudante celebra a força da juventude
Muitas são as datas que celebram a relevância do fortalecimento da educação, especialmente na juventude. A Organização das Nações Unidas (ONU) marca em nossos calendários algumas: Dia Internacional da Educação (24/01), Dia Mundial das Habilidades dos Jovens (15/07), Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12/06). Além dessas, o Dia do Estudante é simbolicamente relevante para os brasileiros.
No Brasil, o dia histórico tem início em 11 de agosto de 1827, data em que o Imperador D. Pedro I inaugurou o primeiro curso superior. Hoje, essa data comemorativa homenageia os estudantes, inclusive os mais jovens dos cursos básicos. Ao longo dos anos, os estudantes foram fundamentais para que a educação melhorasse gradativamente e muitos dos direitos e deveres estudantis que atualmente estão em vigor foram conquistados pelos alunos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, fundado em 1934) divulga a taxa mediana de analfabetismo de 5,6% no País para o censo de 2022, número que inclui os adultos. Minas Gerais apresentou uma taxa de 4,8%.
Outras pesquisas mostraram taxas de alfabetização muito mais altas na faixa etária de 15 a 24 anos, próximas a 99%. Prova de que a educação no Brasil, que é obrigatória até os 14 anos de idade, melhorou claramente para os jovens, pelo menos de acordo com as estatísticas fornecidas.
Os dados apresentados na conferência FAUBAI (Associação Brasileira de Educação Internacional), realizada em Belo Horizonte de 15 a 19 de abril de 2023, mostram que o Brasil fez grandes progressos no ensino superior nos últimos 25 anos. Esse parece ser um desenvolvimento lógico para um país com o maior território e a maior economia da América Latina.
Mas para além da melhoria do ensino básico, um dos aspectos interessantes de observar é a internacionalização da educação. Não posso resistir em compartilhar alguns dados sobre o número de estudantes brasileiros estudando na França, que subiu para 5.434, um aumento de 7% em um ano, comprando-se 2022 a 2021. Mais recentemente, as instituições brasileiras estão interessadas em receber um número cada vez mais expressivo de estudantes internacionais.
Isso é importante para desenvolver oportunidades de intercâmbio e multiculturalismo para os alunos brasileiros, que até agora têm preferido destinos em países de língua portuguesa ou na América Latina, com a Argentina. Embora nos anos 2000, os países de língua inglesa tenham sido mais populares.
De acordo com Campus France – braço da Embaixada Francesa que acompanha estudantes ao redor do mundo no processo de preparação de intercâmbio – espera-se que o número de estudantes brasileiros estudando no exterior chegue a 90 mil em 2022, enquanto o número de estudantes hospedados será de 22 mil.
Vale lembrar que, lamentavelmente, existem estudantes em outros lugares que perderam esse direito porque estão vagando com suas famílias porque seus países estão em guerra… Eles ganharam o status de imigrantes, com toda a insegurança que isso acarreta e, muitas vezes, perderam a esperança. As notícias revelam cada vez mais isso todos os dias. Sua luta é mais pela sobrevivência. Voltemos ao Brasil.
Quando falamos em receber estudantes estrangeiros, a capital mineira vem sendo escolhida como destino por ser celeiro de inovação, referência em conhecimento,e relevante nas transformações educacionais que passam pelas mãos de educandos e educadores. Na Faculdade SKEMA, escola internacional sediada em Belo Horizonte desde 2015, já recebemos mais de 5.000 alunos vindos de outros países.
Acabamos de lançar um processo de consulta com jovens de todos os continentes para entender suas visões do mundo. Um estudante chinês, por exemplo, não tem necessariamente a mesma percepção de cenário que um estudante brasileiro ou europeu. Recebemos um grande número de respostas, excedendo nossas projeções iniciais, e poderemos comunicar como esses jovens desejam construir suas vidas e contribuir para a sociedade.
Entendo que como educadores, precisamos ir além das teorias para formar lideranças transformadoras. Nesse processo, aprendemos também, aperfeiçoamos permanentemente a forma de ensinar e fornecemos aos jovens habilidades específicas para as novas profissões que exigem novos conhecimentos tecnológicos, científicos e humanísticos.
Devemos ter em mente que, quanto mais trabalharmos em um mundo digital, mais essencial será a ética individual e organizacional. Precisamos promover o mundo da pesquisa científica, que continua sendo o pilar essencial para desenvolver o conhecimento necessário para enfrentar os desafios da transição energética e ecológica.
Podemos ver pela geopolítica da “fuga de cérebros”, que está intimamente ligada à reputação dos principais laboratórios de pesquisa e às condições materiais que eles oferecem, que um dos maiores desafios será nessa área.
Na América Latina, o Brasil continua a oferecer o melhor ensino superior, com instituições de educação como a Universidade Federal de Minas Gerais figurando em vários rankings internacionais. Portanto, o Brasil tem um capital intelectual que deve ser fomentado e multiplicado.
Nesse sentido, entendo que estudantes desde os pequenos, crianças, adolescentes, jovens, adultos e até os mais experientes, que estejam em qualquer lugar do globo, tem como desafio apreender para transformar a educação e mundo. Pensando globalmente e atuando localmente.
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