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Aumento da Selic reflete cenário mais desafiador no País

Elevação da taxa de juros reflete o cenário econômico do nosso País e exterior

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou, na última terça-feira (17), a ata da reunião em que decidiu por um novo aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic. O documento trouxe detalhes sobre os fatores que motivaram a decisão e indicou possíveis caminhos para os próximos passos da política monetária no Brasil.

O aumento da Selic reflete um cenário econômico que se tornou mais desafiador, tanto no Brasil quanto no exterior. Em um esforço para ancorar as expectativas de inflação e conter pressões que podem comprometer o crescimento de longo prazo, o Banco Central deixou claro que manter o controle inflacionário continua sendo prioridade.

No plano interno, a economia brasileira segue apresentando uma dinâmica mais forte do que o esperado. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre surpreendeu positivamente, indicando que a atividade econômica está aquecida, enquanto o mercado de trabalho continua robusto, com aumento do número de ocupados e queda no desemprego. Esse cenário, aliado a uma política fiscal expansionista e a um volume de crédito ainda significativo, tem sustentado o consumo, mesmo com a política monetária em terreno contracionista.

Por outro lado, os indicadores de inflação mostram sinais de deterioração. As expectativas para 2024 e 2025 já estão em 4,8% e 4,6%, respectivamente, acima da meta oficial. A inflação de serviços, particularmente resiliente, segue como um ponto crítico, refletindo a dificuldade de desaceleração em uma economia aquecida. Além disso, a recente desvalorização do real tem pressionado os preços de bens industrializados e alimentos, aumentando a inércia inflacionária e exigindo maior rigor na condução da política monetária.

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No cenário global, as incertezas continuam pesando, especialmente nos Estados Unidos. A trajetória da economia americana e o compromisso do Federal Reserve com o controle inflacionário sugerem que as taxas de juros continuarão elevadas, criando um ambiente desafiador para países emergentes, como o Brasil.

Diante disso, o Copom busca equilibrar a economia, adotando medidas que visam não apenas controlar a inflação corrente, mas também restaurar as expectativas de inflação de médio prazo. Essa postura reflete a necessidade de ajustes frente a pressões inflacionárias internas e externas. Contudo, o documento reforça que o sucesso dessas medidas depende de um alinhamento maior entre as políticas fiscal e monetária, algo que hoje caminha de forma descompassada.

O Banco Central reafirmou seu compromisso com a estabilidade econômica. A mensagem central é que, mesmo diante de um cenário de incertezas, a prioridade permanece na preservação de um ambiente econômico estável e previsível. Com dois aumentos já endereçados para o próximo ano, caminhamos para um quadro desafiador para a economia real.

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