Economia para Todos

Como ajudar os jovens que não estudam nem trabalham? Ideias para um futuro inclusivo

A baixa qualidade da educação está entre as razões que mantêm os jovens fora da escola e do mercado de trabalho

Na semana passada, publiquei a primeira parte deste artigo sobre a chamada ‘geração nem-nem’. Agora, gostaria de apresentar algumas soluções para mitigar esse problema.

Existem diversas razões que mantêm os jovens fora da escola e do mercado de trabalho. Entre elas, estão a baixa qualidade da educação, a falta de acesso a oportunidades de emprego e a desigualdade nas chances de formação. Nesse contexto, políticas públicas baseadas em evidências são bem-vindas.

Para começar, é preciso enfrentar o abandono escolar. Aumentar o nível de escolaridade dos jovens, incentivando-os a permanecer na escola torna-se essencial. Nesse tocante, o governo federal recentemente lançou o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivos financeiros para estimular jovens de baixa renda a completarem o ensino médio. No entanto, combater a evasão exige tanto programas de retenção quanto monitoramento.

Serviços de apoio psicossocial são essenciais para auxiliar jovens que enfrentam dificuldades emocionais ou familiares que podem levar ao abandono escolar. Ampliar a educação integral, incluindo atividades extracurriculares, esportivas e culturais, mantém os estudantes engajados. Além disso, a implementação de um sistema de monitoramento para identificar alunos em risco de evasão e intervir precocemente pode ser eficaz. Desenvolver programas de reintegração para aqueles que já abandonaram a escola, oferecendo-lhes oportunidades de educação continuada e flexível, é igualmente importante.

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Um estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) mostra que aumentar o investimento em ensino técnico pode levar a um crescimento do PIB nacional entre 1,8 ponto percentual e 2,3 p.p. a longo prazo. É crucial conectar o trabalho à formação técnica, alinhando o currículo escolar às demandas do mercado de trabalho. Fortalecer o ensino técnico e profissionalizante no decurso do ensino médio, por exemplo, pode preparar melhor os jovens para atender às necessidades do mercado local. Parcerias entre escolas e empresas podem criar programas de estágio e aprendizagem que ofereçam experiência prática aos estudantes enquanto ainda estão em formação.

Outra estratégia promissora é fomentar o empreendedorismo juvenil. Facilitar o acesso ao microcrédito e outras formas de financiamento para jovens empreendedores, assim como estabelecer redes de networking e eventos, pode conectar esse público a investidores e parceiros de negócios. Boas experiências de outros países também podem ser replicadas, como o projeto Fundo Experimental para a Juventude, lançado na França (2009). Esse programa oferece editais com recursos para que organizações da sociedade civil inscrevam projetos sociais voltados a apoiar a inserção produtiva de jovens.

Essas iniciativas, dentre tantas outras, quando aplicadas de forma coordenada, oferecem melhores oportunidades de educação e emprego, promovendo um desenvolvimento social e econômico mais inclusivo.

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