Economia para Todos

Eleições norte-americanas: quais os impactos econômicos da vitória de Trump ou Kamala?

Mudanças nas políticas fiscais, comerciais e de imigração devem afetar os mercados e redefinir o cenário financeiro internacional

As eleições norte-americanas atraem a atenção não só por suas repercussões políticas, mas também pelos impactos econômicos que cada nova administração pode trazer. Mudanças nas políticas fiscais, comerciais e de imigração tendem a afetar os mercados e a redefinir o cenário financeiro internacional. Assim, as propostas dos candidatos à presidência, especialmente sobre gastos públicos, tarifas de importação e controle de imigração, vão além dos discursos de campanha, visto que possuem o poder de influenciar diretamente a inflação e o crescimento econômico da maior economia do mundo.

Ao comparar as abordagens econômicas de Donald Trump e Kamala Harris, notamos grandes diferenças. A administração Trump prioriza cortes de impostos, apostando no estímulo econômico via setor privado. Em contraste, um governo Harris focaria em investimentos sociais, sustentados por uma maior tributação sobre as camadas mais ricas. No curto prazo, cortes de impostos, como os defendidos por Trump, podem impulsionar o setor empresarial, reduzindo custos para empresas, mas elevando o déficit fiscal, especialmente sem uma compensação em receita. Já a política de Harris, ao reforçar a rede de proteção social, também pode expandir o déficit, dado o alto volume de gastos previsto.

Historicamente, os Democratas tendem a adotar políticas fiscais expansionistas, enquanto os Republicanos mantêm uma postura mais restritiva. Democratas aumentam as despesas para estimular a economia; Republicanos buscam maior controle do déficit. Uma política fiscal expansionista pode, de fato, promover o crescimento, mas quando a demanda impulsionada por gastos supera a oferta de bens e serviços, há risco de inflação. Isso cria uma pressão inflacionária, principalmente com a economia operando próxima à sua capacidade máxima.

Outro ponto relevante é a política tarifária. O aumento de tarifas sobre produtos estrangeiros, tende a encarecer importados e a reduzir a competição com produtos nacionais. Em um cenário de tarifas elevadas, o impacto inflacionário é direto: produtos estrangeiros ficam mais caros e empresas locais, menos pressionadas pela concorrência e com um eventual custo de produção maior, também podem elevar seus preços.

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Por fim, as propostas de imigração têm um papel menos óbvio. A economia americana depende amplamente de mão de obra imigrante em setores como agricultura, serviços e tecnologia. Restrições à imigração podem reduzir a oferta de trabalho e elevar custos salariais para empresas que dependem dessa força de trabalho. Por outro lado, uma política mais flexível gera impactos sociais.

Essas políticas, discutidas durante as campanhas, têm efeitos reais na economia e no bem-estar da população. As escolhas do próximo governo em relação a pauta econômica influenciarão não só a inflação e o mercado de trabalho, mas também a estabilidade de um de nossos principais parceiros comerciais.

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