Com exportações em alta, Minas Gerais mantém relevância no cenário externo
Minas Gerais continua relevante no cenário externo. Em 2024, o Estado foi o terceiro maior exportador do País, acumulando um saldo de US$ 42 bilhões em produtos vendidos. Esse número representa um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior, impulsionado, principalmente, pelas exportações para mercados como China e Estados Unidos.
O país asiático segue como principal destino das exportações mineiras, mas o destaque foi o crescimento de 27,5% nas vendas para os EUA. Esse avanço, somado à leve queda de 0,79% nas importações de produtos norte-americanos, resultou em um salto de 63% no superávit comercial com os Estados Unidos. Contudo, esse fluxo pode enfrentar dificuldades em 2025 devido à imposição recente de tarifas pelos EUA sobre produtos de ferro e aço.
Essa decisão impacta diretamente Minas Gerais, com forte tradição siderúrgica. Segundo estimativas da Fundação João Pinheiro, uma retração nas exportações de ferro-gusa, ferroligas e tubos de aço pode causar perdas relevantes ao Valor Adicionado (VA) da economia estadual. Em um cenário moderado, com queda de 5% nas exportações desses produtos, a perda estimada é de R$ 279,62 milhões. Já em um cenário mais grave, com redução de 15%, o impacto pode alcançar R$ 838,85 milhões.
Essa preocupação ganha ainda mais relevância ao se considerar que o mercado norte-americano representou 30,2% das exportações mineiras de ferro em 2024, o equivalente a cerca de R$ 5,1 bilhões. Essa dependência reforça a urgência na diversificação comercial e na busca por novos mercados.
Apesar desse desafio, Minas se mantém presente em importantes mercados como Alemanha, Argentina e Holanda, que figuram entre seus principais parceiros comerciais. Nesse contexto, alguns municípios mineiros se destacaram pelo forte desempenho exportador. Araxá liderou as exportações estaduais em 2024, com um saldo expressivo de US$ 2,3 bilhões, impulsionado principalmente pelas vendas de ferro-ligas para destinos como China, Holanda, Coreia do Sul, Japão, EUA e Singapura. Conceição do Mato Dentro (US$ 2,15 bilhões), Nova Lima (US$ 2,07 bilhões), Varginha (US$ 2 bilhões) e São Gonçalo do Rio Abaixo (US$ 1,6 bilhão) tiveram destaque, com exportações concentradas em minério de ferro, ouro e café.
Ainda que a pauta de políticas protecionistas gere incertezas, fatores como a valorização do câmbio, novos acordos comerciais e o crescimento da demanda por commodities agrícolas podem mitigar os efeitos negativos das tarifas e gerar oportunidades para as exportações mineiras neste ano. O agronegócio, que já tem papel relevante na economia estadual, surge como uma alternativa para ampliar a participação positiva na balança comercial.
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