Como explorar oportunidades no mercado de restrição alimentar
Você já ouviu falar sobre restrição alimentar? Já considerou que esse pode ser um excelente nicho de mercado? Se pensarmos nos celíacos, nas pessoas sensíveis ao glúten (SGNC), nos alérgicos alimentares, nos diabéticos, nos vegetarianos e nos veganos, temos aproximadamente 70 milhões de brasileiros que enfrentam algum tipo de restrição alimentar.
Eu sou Aline Moreira, celíaca e mãe de uma criança alérgica a alimentos. Para aceitar essa condição, precisei me aprofundar no assunto. Participei de vários congressos, feiras e cursos de culinária. Mais importante ainda, vivo essa realidade há mais de 12 anos. Quando recebi meu diagnóstico, o que mais me abalou foi perder a praticidade de poder comer qualquer coisa em qualquer lugar.
Posteriormente, com o diagnóstico de alergia a leite e ovo da minha filha, enfrentei desafios na adaptação escolar, nas festas e na compreensão dos familiares. Naquela época, o tema ainda era pouco discutido e muitas confusões ocorriam em relação aos cuidados necessários. Esses cuidados vão além dos alimentos in natura e incluem também cosméticos, medicamentos, vacinas e outros detalhes aos quais precisamos estar atentos.
Minas Gerais tem uma tradição de acolhimento, com uma gastronomia tradicional e um turismo movimentado por eventos culturais, cachoeiras, trilhas, montanhas e um patrimônio histórico encantador. Apesar disso, muitas cidades turísticas ainda não deram a devida atenção a esse público. A rede hoteleira, os restaurantes, as rodoviárias, os aeroportos e os eventos ainda não olharam com carinho para esse público e é aí que reside uma grande oportunidade de negócio.
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Não é necessário apenas produzir alimentos para encantar e fidelizar, mas também acolher e oferecer uma alimentação segura aos turistas: um simples gesto, como perguntar na hora da reserva se alguém possui restrição alimentar e indicar locais onde comprar alimentos com segurança, pode fazer toda a diferença.
Em 2014, abri a Belly Gourmet, uma cafeteria com foco em atender pessoas com restrições alimentares. Infelizmente, por falta de planejamento e capital de giro, precisei encerrar as atividades em 2015. No entanto, minha jornada continuou. Em 2017, mudei-me para Mariana e vi o potencial do turismo inclusivo para pessoas com restrições alimentares.
Durante a pandemia, aproveitei a Lei Manoel da Costa Ataíde para elaborar um projeto de capacitação voltado à rede hoteleira, restaurantes e eventos. Defini melhor minha área de atuação e fortaleci minha marca: Bem Viver Sem Glúten. Hoje, ofereço consultoria e produzo eventos inclusivos. Ministro oficinas de culinária e palestras sobre o tema. Adequar o cardápio de restaurantes e cafeterias para atender a esse público não precisa ser complicado. Além disso, os hospitais e laboratórios de exames de sangue também têm uma oportunidade de melhorar seus serviços nesse sentido.
Maio é o mês de conscientização sobre a Doença Celíaca, e essa é uma excelente oportunidade para se inteirar ainda mais sobre o assunto. No dia 20 de abril, teremos uma palestra on-line e, no dia 4 de maio, um evento presencial em Belo Horizonte. Para mais informações, entre em contato pelo número (31) 99418-5835 (Aline).
Maio é o mês de conscientização da doença celíaca. Faça parte deste movimento! Links: @bemviversemgluten e @acelbramg. Site: www.acelbramg.com.br, www.fenacelbra.com.br e https://asbai.org.br/alergia-alimentar-4/.
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