Empreender é ressignificar

O empreendedorismo de favela e a relevância da saúde mental

Mulheres convivem com a pressão de conciliar o trabalho, a família e os desafios do empreendedorismo

Ao longo dos anos, o empreendedorismo tem se mostrado uma alternativa viável para muitos moradores de favelas que buscam melhorar suas condições de vida e gerar renda de forma autônoma. No entanto, muitas vezes pouco se fala sobre a importância da saúde mental para esses empreendedores, especialmente no caso das mulheres, visto que os motivos que levam a esse empreendedorismo sempre são eventos difíceis e/ou traumáticos.

Como psicóloga especialista em empreendedorismo de favela, gostaria de destacar a relevância desse tema e a necessidade de um olhar especial para a saúde mental das mulheres empreendedoras. A realidade das mulheres que buscam empreender em comunidades periféricas é ainda mais desafiadora devido às diversas barreiras enfrentadas, como a dupla jornada de trabalho, a falta de recursos e o preconceito de gênero.

As mulheres que empreendem em favelas enfrentam uma série de desafios únicos, que vão desde a falta de recursos e apoio até o preconceito de gênero e a sobrecarga de trabalho. Essas adversidades podem impactar diretamente a saúde mental das empreendedoras, levando a quadros de estresse, ansiedade e depressão. A pressão para conciliar o trabalho, a família e os desafios do empreendedorismo pode ser extremamente desgastante e impactar diretamente a saúde mental das empreendedoras.

Muitas vezes, essas mulheres se veem sobrecarregadas e enfrentam altos níveis de estresse, ansiedade e até mesmo quadros de depressão. Além disso, o isolamento social e a falta de suporte emocional podem tornar a jornada empreendedora ainda mais difícil. Por isso, é fundamental que as empreendedoras de favela tenham um cuidado especial com a sua saúde mental. Buscar apoio psicológico, praticar autoempatia, autocompaixão e estabelecer limites são ações essenciais para manter o equilíbrio emocional e a saúde mental em dia. São essas as premissas que o Projeto humana.MENTE de Psicologia na Favela promove, desde abril de 2020, no início da pandemia, momento em que todas essas questões tomaram uma proporção ainda maior.

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É preciso quebrar o tabu em torno da saúde mental e incentivar as mulheres e demais empreendedores a cuidarem de si mesmos, a realidade é que o sujeito periférico não se percebe no direito de ter saúde emocional por meio de um profissional da área. Afinal, um bom estado mental é fundamental para o sucesso nos negócios e na vida pessoal. Além disso, é importante que as redes de apoio e as organizações que trabalham com empreendedorismo de favela ofereçam suporte psicológico e programas de bem-estar para as empreendedoras, garantindo um ambiente mais saudável e acolhedor.

Em um contexto em que as mulheres empreendedoras de favela enfrentam tantos desafios, é essencial reconhecer a importância da saúde mental e promover um ambiente que favoreça o cuidado com o bem-estar emocional. Deselitizar a psicologia, somente assim poderemos garantir que essas empreendedoras tenham o apoio necessário para enfrentar os obstáculos e prosperar em seus empreendimentos, fortalecendo não apenas suas vidas profissionais, mas também suas vidas pessoais e comunitárias.

Por isso, é fundamental que as mulheres empreendedoras de favela tenham atenção especial com sua saúde mental. Cuidar do bem-estar emocional é essencial para garantir o sucesso nos negócios, além de promover uma melhor qualidade de vida. Buscar ajuda psicológica, praticar a autoempatia e estabelecer limites são medidas importantes para manter a saúde mental em equilíbrio.

Além disso, é essencial que as organizações que trabalham com empreendedorismo de favela e as redes de apoio ofereçam suporte psicológico e programas de bem-estar para as empreendedoras. Criar um ambiente de suporte emocional e incentivar o autocuidado são passos fundamentais para garantir que as mulheres empreendedoras de favela tenham as condições necessárias para prosperar em seus negócios e em suas vidas pessoais. A saúde mental das mulheres empreendedoras de favela não deve ser negligenciada. É preciso reconhecer os desafios únicos que essas empreendedoras enfrentam e promover um ambiente que favoreça o cuidado com o bem-estar emocional. Somente assim poderemos garantir que essas mulheres tenham o apoio necessário para alcançar todo o seu potencial e transformar suas realidades e de suas comunidades.

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